Emprego. Futuro de informação, flexibilidade e tecnologia

Economia mundial deixou uma base de manufatura e caminha para o conhecimento digital. O mercado de trabalho é um reflexo desta evolução e as implicações são variadas

“A procura de emprego é uma experiência muito má e as empresas e o talento não conseguem encontrar-se” O futuro do emprego esteve em reflexão ontem, terceiro dia da Web Summit de Lisboa . “Os melhores talentos irão para as melhores oportunidades, onde quer que elas estejam”, resume Mehul Patel numa análise à forma como hoje em dia se está a contratar. O CEO da Hired, uma plataforma online de ligação entre empregadores e trabalhadores, revela que “a procura de emprego é uma experiência muito má” e que “as empresas e o talento não conseguem encontrar-se”.

Há aqui uma crise que gera uma oportunidade : o investimento em talento. Tudo com base em dados, em informação, para tentar casar os talentos com as oportunidades de emprego. “Quanto mais informação, mais casamentos”, afirma Patel, defendendo que esta é uma forma de “trazer eficiência e transparência a um mercado” que é “gigantesco e precisa de soluções inovadoras”.

Estudar

Mas antes de encontrar um emprego, há que estudar. E quanto melhor o estudo, maiores as probabilidades de um emprego melhor. E nesta economia baseada no conhecimento, são também os big data que marcam as tendências.

“O desafio é atrair os estudantes para um determinado percurso académico e que eles tenham sucesso”, diz Chip Pauer num painel dedicado aos big data na educação. O CEO da 2U diz que a “informação” ajuda a “saber o que é melhor para o estudante” e este a “saber qual o emprego em que será melhor”. Já o seu companheiro de painel realça que os “big data ajudam os estudantes e permitem uma análise daquilo que aprendem”. Thomas Davidson, fundador da Everfi, aponta para que “informadas pelos dados e pela investigação, as universidades podem adotar os métodos e processos mais indicados” de estudo e formação.

Desafios

Mas antes dos empregos do do futuro há uma força de trabalho em que a flexibilização – por opção ou por necessidade – é central. O CEO da Handy, plataforma que disponibiliza serviços, sustenta que com este tipo de plataformas em que as pessoas trabalham sem horários fixos ou hierarquia estabelecida, os desafios “estão em garantir os apoios sociais e a formação”.

Oisin Hanrahan diz que é apenas uma questão de tempo até que “a flexibilidade com apoios” seja normal, apesar dos vários obstáculos existentes.