Concurso para reabilitar mercado do Bolhão avança em breve

Rui Moreira diz que o novo espaço tem de ser “um mercado municipal de frescos preparado para o futuro”

O concurso para as obras de recuperação do Mercado do Bolhão vai ser lançado “nos próximos dias”. A promessa foi deixada ontem pelo presidente da Câmara do Porto numa reunião extraordinária do executivo.

Rui Moreira assegura que quer transformar o icónico espaço num “mercado municipal de frescos preparado para o futuro”.

Segundo o autarca, o assunto só não foi tratado de forma mais célere porque, além de reabilitar o espaço, é importante manter a sua essência: a funcionalidade. “Não quero ter ali um museu em que fingimos que o mercado ainda existe. Gostava de ter andado mais depressa, mas quis garantir [que o espaço vai manter] um espírito consequente com o futuro”, esclareceu o autarca.

“Vai ser uma obra dupla, para reabilitar o próprio mercado de frescos e para reabilitar a monumentalidade do mercado, que está perdida e ninguém fez nada para a recuperar”, garantiu Rui Moreira.

A obra é complexa e ainda vai demorar. Prevê-se que a empreitada, orçada em 25 milhões de euros, demore dois anos a estar concluída.

Durante as obras, todos os comerciantes terão de sair do espaço. A autarquia aproveitou para explicar que a ideia de fazer a obra de forma faseada foi posta de parte porque demoraria “uma eternidade”.

A câmara propôs, assim, aos comerciantes que se instalem no centro comercial La Vie enquanto a reabilitação durar. A opção está a preocupar os comerciantes das lojas exteriores do Bolhão. “Não tenho lojas de rua para oferecer. Se encontrarem uma loja que achem ser uma melhor alternativa ao La Vie, proponham”, respondeu Rui Moreira.

Aberto a propostas, o autarca deixou ainda outra promessa: o futuro Mercado do Bolhão “não vai ser concessionado”, apesar de haver abertura para a “atividade privada num espaço que é municipal”.

A ideia foi reforçada pelo vereador do Urbanismo, Manuel Correia Fernandes: o Bolhão “tem de ser uma instituição da cidade”. “É isso que estamos a construir, uma cidade em que as pessoas contam mais. Este projeto não pode deixar de ser essa instituição, que vai muito além do espaço que abastece a cidade”, concluiu o vereador.