Passos não vai mudar discurso

Foi uma semana horribilis para Passos Coelho. Há cada vez mais sociais-democratas que pedem uma mudança na forma de fazer oposição e movimentos de bastidores para a sucessão. Mas o líder do PSD continua a apostar na ideia de que o modelo de Costa vai fracassar.

Não foi uma semana fácil para Pedro Passos Coelho. Depois do anúncio da disponibilidade de Rui Rio para lhe suceder na liderança do PSD, as boas notícias da economia caíram «como um meteorito» – na expressão de um deputado do partido – nas hostes sociais-democratas. 

A certeza de que não deverá haver sanções pelo incumprimento do défice de 2015, o anúncio por Bruxelas da saída do procedimento por défices excessivos em 2016, a luz verde da Comissão Europeia à proposta de Orçamento para 2017 e dados do INE que mostram que Portugal foi a economia da zona euro que mais cresceu no terceiro trimestre vieram desmontar grande parte do discurso de Passos.
Nos bastidores, foram vários os que viram nestas notícias um sinal de que é preciso mudar de estratégia e deixar para trás o discurso de que «vem aí o diabo». Mas Passos Coelho continua convencido de que não há motivos para entrar em euforias com os sinais positivos e não está disponível para mudar de discurso ao sabor dos últimos acontecimentos.

O líder social-democrata está convicto de que o crescimento económico – apesar da forte aceleração de 0,8% no terceiro trimestre – ainda não é suficiente e terá de provar ser consistente. Mas não é só: Passos desconfia da forma como António Costa e Mário Centeno têm gerido a dívida portuguesa e teme que a subida dos juros a que ainda esta semana se assistiu tenha efeitos nefastos. A avaliação das agências de rating e os problemas na Caixa Geral de Depósitos completam o lote de incertezas que Passos ainda acredita poderem vir a confirmar a sua tese sobre «o falhanço do modelo económico» de Costa.

‘LEIA MAIS NA EDIÇÃO IMPRESSA DO SOL. ESTE SÁBADO NAS BANCAS’