Fidel não é Che

Fidel Castro morreu. Herói para muitos. Ditador para muitos. Para mim, as duas coisas.

Facto é que é e será sempre uma figura referencial da História do Século XX. 

El Comandante ficará como resistente ao imperialismo explorador norte-americano, cuja guerrilha triunfou sobre o todo poderoso vizinho opressor, que resistiu ao bloqueio internacional durante décadas, mas que, também, se aburguesou e impôs um regime de pensamento único e de sacrifício ao povo cubano em benefício de uma elite cubana feita à sua imagem e conforto.

Fidel tem um lado romântico que não corresponde à realidade dos seus 90 anos de vida. Romântico, revolucionário e fiel aos seus ideias foi Che Guevara.

O jovem Fidel nas montanhas da Sierra Maestra foi de facto um líder revolucionário e romântico. 

Mas Fidel no Palácio Presidencial de Havana foi um tirano, um ‘caudillo’que sacrificou um povo’, que perseguiu, aniquilou ou condenou ao exílio milhares de cubanos que lhe ousaram dizer não.

Morreu Fidel. Uma grande figura da nossa História. Um líder carismático. Mas um ditador implacável.