Pode a recontagem dos votos retirar Trump da Casa Branca?

A candidata verde Jill Stein pediu a recontagem dos votos em três estados chaves para a vitória republicana 

Jill Stein angariou o dinheiro suficiente para pedir, e pagar, a recontagem dos votos em Wisconsin, Pensilvânia e Michigan, três estados que se provar que houve fraude eleitoral e que Donald Trump não ganhou, permitiriam a Hillary Clinton ser presidente dos EUA.

O até agora presidente eleito, Donald Trump, já reagiu no seu Twitter e acusou os democratas de terem, eles sim, falsificado os resultados em Virgínia, Califórnia e New Hampshire. É certo que não fundamentou as suas acusações nos 140 carateres disponíveis por post, e que na Califórnia em que os democratas vencem por quatro milhões de votos tinha que ser uma gigantesca fraude, mas aqueceu ainda mais o ambiente político.

As diferenças de votos em Wisconsin, Pensilvânia e Michigan são de 20 000, 60 000 e 10 000 votos respetivamente. O pedido de recontagem baseia-se no facto de haver um desvio estatístico entre os votos contados de urnas que funcionam apenas com voto em papel, e urnas que funcionam com máquinas eletrónicas de voto. Uma recontagem permitiria conferir se os votos eletrónicos coincidiam com os respetivos comprovativos em papel. 

Um grupo de informáticos e advogados  divulgou, ao “New York Magazine”, que há evidências de fraude na eleição presidencial dos EUA em pelo menos três estados chave. Entre os denunciantes estão o diretor do Instituto Nacional pelo Direito ao Voto, John Bonifaz e diretor do Centro de Segurança e Sociedade de Computação da Universidade de Michigan, J. Alex Halderman.  Os académicos afirmam que mostram que em Wisconsin, por exemplo, Clinton recebeu 7% menos votos em municípios que dependiam de máquinas de votação eletrónica em comparação com municípios que usavam scanners óticos e cédulas de papel. Com base nesta análise estatística, Clinton pode ter 30 000 votos que não foram computados. Ela perdeu no estado por uma diferença de 22 000 votos.

Apesar disso, Drew Penrose, diretor jurídico da ONG Fair Vote, que realizou um estudo de todas as recontagens de votos realizadas a nível de estado, nos EUA, de 2000 a 2015, declara que “as probabilidades que se alterem os resultados das eleições são muito pequenas”. Das 27 recontagens feitas, nesse período, apenas três mudaram os resultados das eleições.