Macedo, a primeira escolha

António Costa sondou Paulo Macedo para a presidência da Caixa antes de nomear António Domingues, mas nunca lhe fez um convite formal, por causa da oposição de alguns membros do Governo e do PS. Desta vez, Macedo resistiu enquanto pôde, mas aceitou em nome do «sentido de Estado».

Costa preferia, desde o início do processo, que fosse Paulo Macedo, o ex-ministro da Saúde do governo PSD/CDS, a ser o presidente da Caixa Geral de Depósitos. O primeiro-ministro chegou a sondar Paulo Macedo para o cargo, mas nunca chegou a existir um convite expresso. Segundo fontes contactadas pelo Sol, o nome do ex-ministro da Saúde do Governo PS/CDS não agradou a alguns dirigentes e Costa acabou por ser convencido de que era preferível o Governo optar por um nome fora da política para liderar a Caixa Geral de Depósitos no momento crítico da recapitalização. 

Apesar de ter desistido de Macedo para a Caixa Geral de Depósitos, Costa continuava a contar com o ex-ministro da Saúde para um lugar-chave: vice-presidente do Banco de Portugal. Mas quando as ameaças de demissão de António Domingues começaram a ser publicadas nos jornais, Costa voltou àquele que tinha sido o seu plano A – Paulo Macedo. 

Desta vez, a coisa inverteu-se. Paulo Macedo resistiu o mais que pôde ao convite de António Costa para substituir agora António Domingues na Caixa. Foi preciso Costa invocar todos os argumentos de artilharia pesada. O primeiro-ministro convenceu Paulo Macedo a aceitar ser presidente da CGD «em nome do sentido de Estado» e do «imperativo nacional», tendo em conta a dificuldade que a atual gestão criou ao Governo e ao Estado português enquanto esteve em funções, numa altura em que a Caixa se prepara para um delicado processo de recapitalização. 

E foi assim que Paulo Macedo aceitou desistir do cargo muito mais confortável de vice-presidente do Banco de Portugal para ir agora agarrar o dossiê que mais problemas tem criado ao Governo desde o início. 

 

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