Educação. Esquerda chumba ida de Wengorovius ao parlamento

PS, BE e PCP vão chumbar hoje o requerimento do PSD que convoca ex- -secretário de Estado

Os partidos da esquerda vão chumbar a ida ao parlamento do ex-secretário de Estado da Juventude e do Desporto, João Wengorovius Meneses, a propósito da sua polémica saída do Ministério da Educação.

Ao i, fonte do PS avançou que o partido não vai aprovar o requerimento apresentado pelo PSD que convoca o ex-governante para prestar mais esclarecimentos sobre os emails que lhe foram enviados pelo ministro da Educação – e que teriam o objetivo de travar a exoneração do ex- -chefe de gabinete Nuno Félix. “Não faz sentido dar gás a uma situação que já está mais que ultrapassada”, disse ao i uma deputada do PS.

O mesmo sentido de voto será partilhado pelos comunistas e pelos bloquistas, apurou o i, tendo também em conta que, já em abril, os dois partidos bloquearam o requerimento potestativo do PSD que também chamava ao parlamento João Wengovorius Meneses.

O PSD – que conta com o apoio do CDS – chamou à Assembleia da República, em novembro, o ex-secretário de Estado da Juventude e do Desporto. No entanto, a votação do requerimento só agora pode acontecer, após a discussão e votação do Orçamento do Estado para 2017.

A decisão do PSD de chamar João Meneses foi tomada depois de o ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues, não ter respondido a nenhuma das perguntas colocadas pelos partidos da oposição sobre o caso “mail gate” durante uma audição parlamentar que decorreu no início de novembro.

“Alguém está a faltar à verdade em toda esta situação. Ou o ministro ou o seu antigo secretário de Estado”, disse o deputado social-democrata Amadeu Albergaria, que pediu explicações ao ministro sobre os problemas da secretaria de Estado da Juventude e do Desporto. Na altura, também os partidos da esquerda que sustentam o governo – BE e PCP – evitaram o assunto durante a audição.

Saída do secretário de Estado João Meneses saiu do Ministério da Educação a 13 de abril deste ano em “profundo desacordo” com o ministro da Educação “no que diz respeito à política para a juventude e o desporto, e com o modo de estar no exercício de cargos públicos”.

Os motivos da demissão de João Meneses passaram pela gestão de pessoas da equipa e pelo travão de nomeações para instituições que estavam sob sua alçada direta. Outro dos motivos da saída passou pela imposição do ministro quanto à escolha do ex-chefe de gabinete Nuno Félix, de quem Brandão Rodrigues é amigo, e que, mais tarde, o ex-secretário de Estado quis afastar. Félix foi, aliás, o único elemento da equipa de João Meneses a ser reconduzido no cargo. O ex-chefe de gabinete manteve-se no cargo até ter estalado a polémica, em outubro, quando foi noticiado que declarou ter duas licenciaturas, quando não tem nenhuma.