Ricardo Araújo Pereira: “Donald Trump é imune ao discurso humorístico”

O humorista pega na declaração de um político e leva-a ao exagero, com gente como o presidente dos EUA isso é difícil

Ricardo Araújo Pereira: “Donald Trump é imune ao discurso humorístico”

Quando Deus expulsou Adão e Eva do Paraíso tornou-os mortais. O fruto da árvore do conhecimento tinha-lhes dado a inteligência e o sexo. Com Ricardo Araújo Pereira ficamos a saber que levamos também o sentido do humor em troca da morte. O humor é uma pequena anestesia que nos permite viver sabendo que vamos morrer um dia. Este é o ponto de chegada do livro “A Doença, o Sofrimento e a Morte Entram num Bar”. Comecemos então pelo início. 

O que lhe deu para escrever este livro? 

A primeira razão é que a Bárbara [Bárbara Bulhosa a editora da Tinta da China] quando me falou a primeira vez, o plano era eu escrever alguma coisa sobre eu a pensar sobre o meu ofício. A segunda coisa, é que quando se tem esta profissão, não se tem onde ir aprender. É uma coisa quase singular na criação artística em geral: um realizador de cinema estuda na escola de cinema; um compositor estuda no Conservatório; um ator estuda no Actors Studio, ó como é que se chama aquilo; um gajo que quer escrever, sobretudo escrita humorística, tem que fazer a sua própria escola. A terceira coisa, é que o professor Abel Barros Baptista me convidou, há uns anos, para dar umas aulas, na FCSH, sobre escrita humorística, numa pós-graduação que se chama Artes da Escrita. E isso também me obrigou a procurar uma certa sistematização. Este livro não habilita ninguém a escrever um texto humorístico, mas sinto que quando estava a começar talvez fosse interessante que alguém me tivesse dito duas ou três coisas que estão no livro.

O sentido de humor nasce connosco ou é possível aprendê-lo?

Ó Nuno, a gente nasce com quê? Se olhar para um bebé ele tem jeito para quê? Ele tem jeito para comer e dormir, e, vá lá, para respirar. De resto, a gente não nasce com jeito para nada. As pessoas podem ser capazes de fazer, dentro de certos limites, aquilo que lhes apetecer, se se dedicarem a isso. Também é verdade que há qualquer coisa na maneira que a gente consegue integrar a experiência, e isso não consigo explicar. Há pessoas que conseguem integrar a experiência e a forma de ver humorística mais rapidamente que outras.

Leia a entrevista completa na edição impressa do jornal i. Hoje nas bancas