Vários cientistas do Centro Champalimaud identificaram certos circuitos de neurónios no cérebro de pequenos ratos que modulam a estimativa do tempo e que ajudam a compreender o porquê de o nosso cérebro produzir várias estimativas de tempo.
De acordo com um comunicado do Centro Champalimaud "a manipulação da atividade de certos neurónios no cérebro do ratinho levava estes animais a subestimar ou sobrestimar a duração de um intervalo de tempo fixo".
O grupo de neurocientistas centraram-se num tipo de neurónios que libertam dopamina que fazem parte de uma zona profunda, a 'substantia nigra pars compacta', e que está envolvida no processamento temporal.
"Estes neurónios dopaminérgicos estão implicados em muitos dos fatores e perturbações psicológicos associados a alterações na estimativa do tempo", como motivação, mudanças sensoriais, atenção, novidade e emoções como medo ou alegria, escrevem os autores em uma publicação da revista Science.
Na mesma informação, pode ler-se que a destruição da 'substantia nigra' provoca a doença de Parkinson nos seres humanos e que pode também ser acompanhada de deficiências da perceção do tempo.
A investigação foi feita por Joe Paton, investigador principal do Learning Lab, Sofia Soares, estudante de doutoramento, e pelo pós-doutorado Bassam Atallah.