Lagarde nega qualquer negligência

A diretora-geral do FMI negou ontem ter cometido qualquer crime e prometeu combater “alegação a alegação” todas as acusações que lhe são feitas. 

Christine Lagrade, acusada de ter permitido "por negligência" o desvio de 400 milhões de euros de dinheiro público quando era ministra da Economia em França entre 2007 e 2011, foi ontem a tribunal em Paris, onde disse que não pretendia “ficar calada”.

A responsável máxima do Fundo Monetário Internacional (FMI) disse ter ficado “profundamente chocada” com as conclusões dos juízes de investigação que a levaram a julgamento depois de concluírem que a responsável foi incapaz de ser crítica em relação a um acordo com Bernard Tapie.

A ex-ministra francesa está acusada de ter criado um "processo de decisão unilateral e fechado sobre si mesmo" em torno da arbitragem que permitiu a Tapie, antigo dono da Adidas. Tapie alegou que um banco estatal francês defraudou-o em centenas de milhões de euros quando perdeu o controlo da marca desportiva. Lagarde aprovou um acordo para o caso, no valor de 400 milhões de euros em 2008.

“Agi com toda a honestidade e confiança que tinha o interesse público como o meu único objetivo”, disse Lagarde, 60 anos, perante o tribunal, acrescentando que talvez se possa ter enganado, mas que nunca foi “negligente”. A responsável disse ainda que vai “empenhar-se” para “convencer” o tribunal da sua inocência  “alegação a alegação”.

O processo deve prosseguir até 20 de dezembro e Lagarde arrisca-se a uma pena de prisão de até um ano e a uma multa de 15 000 euros.