Venezuela. Maduro reformula governo e nomeia novo vice-presidente

Presidente aposta numa nova equipa para enfrentar crise económica e social que assola o país

Nicolás Maduro decidiu fazer uma autêntica revolução dentro do seu próprio governo, para fazer frente a uma das piores crises da história da Venezuela. O presidente chavista remodelou a liderança de várias pastas ministeriais e apostou naqueles que lhe são mais chegados.

O maior destaque vai para a escolha de Tareck El Aissami, antigo governador do estado venezuelano de Aragua, para o cargo de vice-presidente, relegando o seu antigo detentor, Aristóbulo Istúriz, para o ministério das Comunas e Proteção Social. 

Aissami é um dos mais poderosos governadores da Venezuela e era bastante próximo do Hugo Chávez – chegou a ser ministro num dos últimos governos do carismático líder, falecido em 2013. Nesse sentido, a sua promoção para a vice-presidência pode muito bem ser um sinal de que Maduro já encontrou o seu sucessor.

Para além de Aissami, o líder venezuelano escolheu Elías Jaua para ministro da Educação, Francisco Torrealba para o Trabalho, Ramón Lobo para a pasta das finanças, Antonieta Caporal para liderar o ministério da Saúde e o irmão mais velho de Chávez, Adán Chávez, para ministro da Cultura. 

A nova equipa terá pela frente uma tarefa hercúlea. Para além de ter de enfrentar uma oposição feroz, com maioria no Congresso, o novo executivo terá de arranjar solução para travar a inflação – apontada em 700% pelo FMI – a falta de bens alimentares essenciais e medicamentos, e a desaceleração da produção e exportação do barril de petróleo, o principal meio de subsistência da frágil economia daquele Estado latino-americano.

O crescimento da onda de violência é outro dos problemas graves que Maduro e o seu governo terão de anular. Segundo o mais recente relatório do Observatório Venezuelano de Violência, a Venezuela (OVV) é o segundo país mais violento do mundo (excluindo os que se encontram a braços com conflitos armados), em termos de assassinatos por ano. O OVV contabilizou 28.479 homicídios em 2016, ou seja, quase 92 mortes deste tipo, por cada 100 mil habitantes.