ADSE. CDS quer saber se lucros vão ser aplicados em dívida pública

Centristas pedem esclarecimentos ao governo sobre aplicação de 450 milhões de euros

Os deputados do CDS “estão preocupados” com notícias que têm sido divulgadas e que indicam que a ADSE (sistema de saúde da função pública) vai aplicar em dívida pública cerca de 450 milhões de euros relativos a lucros acumulados nos últimos três anos.

Por isso, num conjunto de questões dirigido ao ministro da Saúde, os deputados perguntam a Adalberto Campos Fernandes se o governo confirma se aquele organismo vai ou não aplicar aquele montante na compra de dívida.

Além desta questão, os parlamentares querem também que o responsável pelo Ministério da Saúde dê explicações sobre prazos de pagamentos que estão a ser aplicados pela entidade que assegura a assistência na saúde aos servidores do Estado.

De acordo com os centristas, chegaram o grupo parlamentar “relatos preocupantes” que apontam para um aumento nos prazos de pagamento da ADSE.

Essas informações, prosseguem, apontam para que “os prazos de pagamento de 120 dias não estejam “a ser cumpridos, estando algumas empresas prestadoras de serviços a aguardar os pagamentos da ADSE já há 150 dias”.

Nesse sentido, querem saber junto de Adalberto Campos se este confirma aqueles “relatos preocupantes”.

É que, para os deputados, “a confirmarem-se estes atrasos nos pagamentos da ADSE, o grupo parlamentar não pode deixar de ficar apreensivo perante a situação financeira descrita bem como com o dano causado a estas empresas e aos seus trabalhadores”.

Em dezembro do ano passado, o diretor-geral da ADSE, Carlos Liberato Baptista admitiu a existência de atrasos nos reembolsos, mas aos utentes. Em declarações ao i, ao comentar o aumento do número de queixas de utentes, o responsável explicou que o prazo médio de pagamento se agravou em 2016 em relação a 2015, estando então fixado nos 38 dias, mais oito do que no final do ano anterior.

O responsável apresenta duas justificações para os atrasos, nenhuma delas financeira. Por um lado, houve a aposentação de trabalhadores que estavam colocados na área do regime livre que só foram substituídos parcialmente por novos funcionários e em mobilidade, por outro, a partir de maio, um problema no sistema de informação provocou um atraso adicional, que piorou durante o período de férias e acabou por se repercutir na segunda metade do ano.