“PSD não está contra o PS, está contra a concertação social”, diz Barbosa Ribeiro

O anúncio de que o PSD não está disponível para viabilizar a descida da TSU (Taxa Social Única) para os patrões continua a fazer ondas de choque. Do lado do Governo e do PS para já não muda nada, mas os socialistas registam que a posição de Pedro Passos Coelho o está a pôr “contra…

“PSD não está contra o PS, está contra a concertação social”, diz ao i o deputado do PS Tiago Barbosa Ribeiro, que assegura que para já a intenção dos socialistas é a de manter todo o processo e esperar para ver como votam afinal os sociais-democratas.

Sabendo que há pressões dos patrões e de Belém sobre o PSD e divisão entre os TSD (Trabalhadores Sociais-Democratas), Barbosa Ribeiro espera para ver o que irá acontecer quando o Governo verter em lei a descida e o BE e o PCP pedirem a apreciação parlamentar do diploma.

“É preciso que cada um assuma as suas responsabilidades”, defende Tiago Barbosa Ribeiro, que acha que o anúncio de chumbo à descida da TSU foi feito pelo PSD “por motivos que não têm que ver com a medida em si” e que lamenta que os sociais-democratas estejam a pôr em causa um acordo “que foi muito debatido, estudado e negociado e que foi difícil de alcançar”.

Para aqueles que no PSD dizem que o PS só pode contar com o apoio dos parceiros à esquerda e não com a “muleta” – na expressão de Luís Montenegro – dos sociais-democratas, Tiago Barbosa Ribeiro diz que “as posições do BE e do PCP são conhecidas e não causam estranheza”, mas surpreende a mudança de atitude do PSD que em 2015 chegou a baixar a TSU para aumentar o salário mínimo nacional, quando era Governo.

“Chega a ser caricato que o PSD diga que vai votar contra só porque sim”, aponta o deputado do PS.

Para já, não muda nada. Se for chumbado no Parlamento – como tudo parece indicar que acontecerá – essa será outra etapa que Tiago Barbosa Ribeiro não quer antecipar.

“O PS espera para ver”, diz o socialista, lembrando que amanhã há reunião entre o primeiro-ministro e os patrões e que em breve será definida a data da assinatura do acordo de concertação social nos termos em que foi fechado no dia 23 de dezembro.