UGT desmente Cristas

Assunção Cristas foi particularmente dura no debate quinzenal desta tarde, acusando António Costa de mentir depois de o primeiro-ministro lhe ter respondido que à hora a que debatiam o acordo de concertação social já estava assinado. Minutos depois desta troca de galhardetes, a UGT fazia saber que Costa não mentiu e já havia acordo.

“A sua palavra não vale nada, a sua assinatura não vale nada!”, acusou a líder do CDS depois de Costa lhe ter garantido que o acordo de concertação social estava assinado por todos os parceiros. Cristas afirmava ter estado durante a manhã e à hora de almoço com parceiros sociais que lhe tinham garantido não ter firmado ainda o documento. Como o debate quinzenal arrancou às 15 horas, a centrista considerava que não era possível que Costa estivesse a dizer a verdade.

"Não sei se houve alguma assinatura escondida, terá sido entre as 13 e as 15 horas?”, questionou com ironia Assunção Cristas, considerando que o primeiro-ministro só podia estar a “mentir a esta câmara”.

António Costa até explicou que o documento tinha circulado por e-mail e que tinha sido essa a fórmula que tornara possível recolher todas as assinaturas sem reunir os vários parceiros sociais. Mas Cristas não se convenceu.

Escassos minutos depois desta acesa troca de palavras, a UGT confirmava a palavra do primeiro-ministro: afinal o acordo estava assinado.

"A UGT vem tornar público que foi hoje assinado formalmente o “Compromisso para um Acordo de Médio Prazo”, relativamente ao qual tinha sido atingido um acordo de princípio na reunião de Concertação Social de 22 de dezembro", anunciou a central sindical em comunicado quando ainda decorria o debate no Parlamento.

Ao i, fonte oficial do CDS insiste, contudo, na tese de Assunção Cristas. "À hora do debate o acordo não estava assinado por todos os parceiros", insiste a fonte centrista, lembrando que isso mesmo foi confirmado pelo CDS junto da CIP.

Segundo o Expresso, António Saraiva só estaria disponível para assinar depois das 19h. Um dado que a fonte da CIP citada pelo semanário descreve como "uma mera formalidade" e que parece contraditória com a versão de que o documento teria sido eletronicamente assinado e já estava formalizado a meio da tarde.