“Vamos durar quatro anos”, diz Pedro Nuno Santos

O secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares garante que não há razões para eleições antecipadas, desafia Assis a defender as suas ideias no PS e avisa o PSD do sinal que está a dar ao seu eleitorado do centro.

“Vamos durar quatro anos”, diz Pedro Nuno Santos

Pedro Nuno Santos não entende como é que Francisco Assis vê na crise da TSU um prenúncio de instabilidade política que pode levar a eleições antecipadas.

"Nós vamos durar quatro anos. Até 2019 nós vamos ter de conviver", comenta o secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares, que entende que o único dado novo é a mudança de opinião do PSD, uma vez que o PS já conhecia as posições do BE e do PCP.

"Esta questão não se colocaria se todos os partidos fossem coerentes com a sua convicção", aponta o governante, que desvaloriza o facto de o Governo não ter no Parlamento apoio para dar aos patrões o prometido desconto na TSU como contrapartida pelo aumento do salário mínimo nacional.

"Temos é de nos habituar de uma vez por todas, agora que temos uma democracia mais rica, que o Parlamento não é uma extensão do Governo", diz, afastando qualquer cenário de crise política.

De resto e depois de Francisco Assis ter escrito no Público que o Governo está paralisado e não consegue fazer reformas, Pedro Nuno Santos recorda que os indicadores económicos são positivos e mostram o desemprego em queda, o emprego a subir e o défice nos 2,3% – o valor mais baixo da História da democracia.

"O que esta solução não permite fazer são as reformas que à direita queria. Não permite privatizar a Segurança Social. Por causa do PCP e do BE? Não. Por causa do PS", frisa o secretário de Estado.

Pedro Nuno Santos não se surpreende, porém, com a posição de Francisco Assis. "Defende aquilo que defendeu há um ano", comenta, lembrando que o crítico socialista "defendeu que o PS desse ao PSD e ao CDS a maioria absoluta que o povo português lhe tinha tirado".

"Nada mudou", conclui, defendendo que seria interessante que Assis levasse as suas ideias aos órgãos próprios do partido, nomeadamente na Comissão Nacional do PS.

Quanto ao timing escolhido por Assis para as críticas, Pedro Nuno Santos diz apenas que o crítico "tem sempre mais mediatismo quando crítica o Governo e o seu próprio partido".

Quanto às divergências entre os partidos que apoiam o Governo, o secretário de Estado acha que cada um está a "sinalizar ao seu eleitorado que não se anulou" e que isso não constitui uma ameaça, porque também o PS está a dar um sinal aos seus eleitores moderados ao bater-se pela concertação social ao contrário do que está a fazer o PSD.

"Aquilo que o PSD acabou de fazer foi dizer ao seu eleitorado moderado que não confie em si. Bom. Está cá o PS para isso", atira o socialista.