Santos Ferreira recusa pressão de Sócrates para ser nomeado para a CGD

Ex-presidente da CGD garante que tinha “as qualificações necessárias para exercer as funções”.

O ex-presidente da Caixa Geral de Depósitos (CGD), Carlos Santos Ferreira garantiu que não houve pressão de José Sócrates, na altura, primeiro-ministro para que fosse convidado para a presidência da Caixa Geral de Depósitos.

"Nunca falei com o primeiro-ministro antes de ser convidado pelo professor Teixeira dos Santos", revelou na audição da comissão de inquérito à gestão da CGD e acrescentou: "tanto quanto saiba, que eu saiba, não" houve pressão do primeiro-ministro sobre o ministro das Finanças para a sua nomeação.

"Conheci-o quando foi secretário de Estado do professor Sousa Franco", recordou Santos Ferreira sobre Teixeira dos Santos. "Não eram relações particularmente próximas".

Santos Ferreira garantiu, no entanto, que “achava que tinha as qualificações necessárias para exercer as funções. Se assim não fosse não as teria aceite”.

Já quando questionado sobre as razões para o convite disse apenas: "na minha escola não se perguntam aos acionistas porque fazem as coisas. Perguntei-lhe o que esperava por mim. Nunca me passaria pela cabeça perguntar a um acionista porque me convida”.

Recorde-se que, com Santos Ferreira, Armando Vara e Francisco Bandeira foram convidados para a administração da CGD, ou seja, todos com ligações ao PS para assumir cargos no banco do Estado.