Tudo bem?

É legítima a pergunta: acabou tudo de forma positiva no caso dos filhos do embaixador iraquiano? Não, mas acabou, devo confessar, de forma muito mais positiva do que eu alguma vez esperei.

O cenário provável, desde o início, seria a expulsão dos alegados agressores, pela previsível recusa iraquiana em levantar a sua imunidade, gesto muito pouco comum no mundo internacional. Quero com isto dizer que a hipótese de os iraquianos serem julgados em Portugal nunca esteve, realisticamente, no plano das possibilidades.

Assim sendo, haveria que salvaguardar, pelo menos, uma reparação civil adequada, e isso foi feito, com o acordo satisfatório entre as partes. Mas o Iraque foi mais longe, e aí portou-se politicamente bem: “autopuniu-se” ao retirar, de motu proprio, o seu embaixador e prometeu organizar um futuro processo no Iraque. Claro que o teste final será o modo como esse julgamento virá a decorrer, tanto mais que, nesse contexto, há que não esquecer que o pagamento da indemnização funcionará sempre como um reconhecimento implícito de culpabilidade. À suivre, como se diz na banda desenhada.

Qualifico numa palavra a atuação em toda a questão de Augusto Santos Silva e do seu MNE: impecável.

Francisco Seixas Da Costa