EUA. Para Trump houve milhões de votantes ilegais nas eleições

Presidente garante que ganhou os sufrágios e que os três milhões de votos que a sua rival teve a mais eram ilegais

A equipa do novo presidente afirma que há uma conspiração da comunicação social para impedir que os americanos vejam a verdade. Na sua visita à CIA, Trump, ao comentar as notícias e imagens que mostram que a sua tomada de pose tinha tido muito menos gente que a de Obama, esclareceu os agentes secretos que “os jornalistas encontram-se entre as pessoas menos honestas que existem no mundo”. 

Agora, fontes, citadas pelo diário espanhol “El País”, garantem que repetidamente em reuniões com os seus colaboradores, Donald Trump tem explicado a sua derrota nas urnas devido a uma gigantesca fraude eleitoral que teria permitido a muitos milhões de estrangeiros ilegais votarem nas eleições de novembro. Já no final desse mês, o então candidato com mais votos no Colégio Eleitoral tinha escrito no Twitter: “Para além de ganhar no voto do colégio eleitoral por uma diferença esmagadora, também ganhei no voto popular se substituirmos os milhões que votaram ilegalmente”. 

Na segunda feira, o “Washington Post” voltou a afirmar, citando testemunhos de pessoas que estiveram com Trump, que este repetiu diversas vezes que houve entre três milhões a cinco milhões de votos ilegais nas presidenciais de novembro. E que essa batota foi a razão de que perdeu em voto nas eleições presidenciais

Esta teoria do novo presidente, que pode ter repercussões no corpo eleitoral em novas eleições – por exemplo, expurgando dos cadernos eleitores negros e hispânicos absolutamente legais – não tem confirmação independente. O “The New York Times” e vários jornais publicaram dados que demonstram que não houve queixas, na noite eleitoral de alguma fraude. Nem as autoridades e nem os republicanos têm dados que a eleição não tenha sido limpa.

Tillerson confirmado

Já esta terça-feira, por 11 votos a favor e 10 contra, o Comité de Relações Exteriores do Senado dos Estados Unidos aprovou, à tangente, a nomeação do ex-conselheiro delegado da petrolífera Exxon Mobil, Rex Tillerson, como chefe da diplomacia norte-americana. Horas antes, o senador republicano pela Florida e candidato à nomeação presidencial, Marcos Rubio, tinha declarado que, apesar das suas reservas ao nome escolhido por Donald Trump, tendo em conta as suas relações com Putin, iria viabilizar a nomeação.

O seu voto era determinante para que a proposta seja apresentada ao plenário do Senado, que se realizará, previsivelmente, na próxima semana. Uma semana antes do senador Rubio ter manifestado as suas dúvidas, outros dois senadores republicanos, John McCain e Lindsey Graham, tinham manifestado iguais argumentos contra o novo secretário de Estado, sublinhando as relações próximas deste com o presidente russo, Vladimir Putin.

 O senador Rubio disse que a sua alteração de voto devia ser vista como um gesto de apaziguamento com o novo presidente e que “dada a incerteza que existe nos EUA e no estrangeiro sobre a direção da nossa política externa, ia contra os interesses do país ter esta nomeação atrasada”.

Quem já entrou em funções foi Mike Pompeo. O antigo congressista do estado do Kansas foi confirmado pelo Senado, na segunda-feira à noite, como novo diretor da CIA, com uma votação favorável de 66 contra 32. O papel da agência norte-americana de serviços secretos foi bastante descredibilizado por Trump, durante a transição política – particularmente devido ao relatório apresentado pela CIA sobre a intromissão da Rússia nas eleições dos EUA -, pelo que a escolha de Pompeo foi orientada para alterar este posicionamento do presidente.

Quanto ao FBI, “Washington Post” e “New York Times” avançam que Trump pretende manter James Comey no cargo.