Para inúmeros velhos do Restelo e para a imprensa da época, a vitória de Fernando Gomes estava garantida. No entanto, foi Rui Rio, o ‘desconhecido’ candidato do PSD, quem venceu as autárquicas.
Isto tudo para dizer que me parece prematuro, imprudente e errado tecer o mesmo tipo de opinião face à candidatura de Álvaro Almeida à Câmara Municipal do Porto, nas autárquicas deste ano.
Tenho lido inúmeras críticas a esta decisão do PSD-Porto — que, honestamente, me parece uma escolha bastante inteligente por inúmeras razões.
Não sendo militante do PSD, Álvaro Almeida concorre como independente nas mesmas condições que Rui Moreira, podendo ampliar o eleitorado do PSD na cidade.
Mas o factor que verdadeiramente mais me agrada nesta candidatura é o percurso académico e profissional de Álvaro Almeida.
Os cidadãos sentem-se cada vez mais afastados da política, por não se reverem nos seus actores.
Ora, se os actores forem os ‘nossos melhores cidadãos’, estarão reunidas as condições para nos sentirmos previamente bem representados, com votos de esperança no trabalho dos ‘nossos melhores cidadãos’.
O percurso do candidato começou com uma licenciatura numa notável universidade pública como a Faculdade de Economia do Porto, onde actualmente é professor associado.
Doutorou-se na exigente London School of Economics and Political Science.
Presidiu à Entidade Reguladora da Saúde e foi economista no FMI entre 1997 e 2000, numa época em que o nome dessa instituição ainda não nos fazia ‘subir a mostarda ao nariz’.
É certo que Álvaro Almeida é um desconhecido para muitos. Mas também é certo que, hoje em dia, através dos media e das redes sociais, basta um segundo e meio para nos tornarmos ‘conhecidos’ (já para não falar na campanha eleitoral).
Será que a história de 2001 se irá repetir na Câmara Municipal do Porto?
Aguardemos, sem a vitória pré-anunciada seja de quem for…
