Montenegro encosta BE e PCP à parede

À esquerda, BE e PCP não poupam críticas à mudança de posição do PSD que vai permitir travar o desconto prometido aos patrões na TSU para compensar o aumento do salário mínimo. Mas Luís Montenegro acha que os partidos que apoiam o Governo estão a ver mal a história.

Montenegro encosta BE e PCP à parede

À esquerda, BE e PCP não poupam críticas à mudança de posição do PSD que vai permitir travar o desconto prometido aos patrões na TSU para compensar o aumento do salário mínimo. Mas Luís Montenegro acha que os partidos que apoiam o Governo estão a ver mal a história.

"Pretendem tirar o tapete ao Governo? Querem dizer ao país que já não estão disponíveis para suportar as políticas do Governo? O PCP e o BE têm de responder a estas perguntas", atacou o líder parlamentar social-democrata que acha que o facto de os parceiros da esquerda impedirem que seja respeitado o acordo de concertação social tem de ter consequências políticas.

"Isso não é divergir, isso é tirar o tapete ao Governo", vincou Luís Montenegro, que quer que bloquistas e comunistas expliquem a posição que têm na maioria que sustenta o Governo.

"Desistiram do Governo? Ou pura e simplesmente só estão disponíveis para apoiar o que é popular e agradável? Esta maioria que se diz coesa, estável e duradoura é uma maioria de meias-tintas em que cada um só aparece na parte que é popular?", questionou o social-democrata com um desafio aos partidos que apoiam o Executivo.

"Falem, conversem, reúnam, construam as vossas posições comuns", avisou Montenegro, que acha que é a esquerda que tem de responder pelo Governo. "A geringonça é vossa, são vocês que têm de a pôr a mexer", lançou.

"Vamos deixar-nos de meias-tintas, tenham decoro", pediu, recusando a ideia de que o voto do PSD contra o desconto na TSU seja um oportunismo político.

"Então os oportunistas somos nós? A vossa solução de Governo já é ela própria um hino ao oportunismo político. O cúmulo do oportunismo é agora todos na maioria sem exceção não terem a hombridade de responder pelo Governo", criticou.

"Senhores deputados da maioria, a hora é vossa", insistiu, lembrando as consequências de ter um primeiro-ministro que não pode honrar os compromissos que assume por falta de apoio parlamentar dos partidos que apoiam o Governo.

"Que valor tem de ora em diante a palavra do primeiro-ministro de Portugal?", pergunta Luís Montenegro.

"Agora assina acordos que sabe que não pode cumprir? Ou foram os seus aliados que roeram a corda?", perguntou, pedindo aos partidos da esquerda que "falem menos no PSD" e que se "deixem de truques".

De resto, Montenegro assegura que a posição do PSD se mantém e que em 2014 só avançou com uma descida da TSU como contrapartida do aumento do salário mínimo porque se tratava de uma medida temportária.

"O PSD está onde sempre esteve", assegurou Montenegro, que avisa António Costa para que não espere pelos sociais-democratas para suportar as políticas do Governo quando não pode contar com os parceiros da esquerda.

"O vosso oportunismo político é criticável mas intolerável será que o façam resvalar para o mais básico chico-espertismo", afirmou.