Figura da semana: Gonçalo Guedes, do “inferno vermelho” para a cidade-luz

Há um ano e meio quebrou a invencibilidade do Atlético de Madrid de Simeone em casa e desde então tem sido sempre a subir. Impôs-se no Benfica e acaba de protagonizar uma transferência milionária para o Paris Saint-Germain. E ainda só tem 20 anos acabados de fazer.

Tinha apenas 18 anos, mas não vacilou naquele momento – e Rui Vitória, que vivia então momentos complicados no clube da Luz, bem lhe pode agradecer. A 30 de setembro de 2015, no estádio Vicente Calderón, Gonçalo Guedes tornou-se o mais jovem jogador português a marcar na Liga dos Campeões. O tento valeu a reviravolta no resultado e os 3 pontos à equipa encarnada. O Atlético de Madrid nunca tinha perdido em casa sob o comando de Diego Simeone.

Desde então, Guedes continuou a consolidar o seu estatuto na equipa do Benfica, tornando-se uma das maiores promessas do futebol português. O_reconhecimento definitivo chegou esta semana, com a contratação pelo Paris Saint-Germain, onde vai juntar-se a craques como Cavani, Angel Di María ou Thiago Silva. Com a sua venda, Luís Filipe Vieira – que este mês já tentara negociar Raul Jimenez na China, mas sem sucesso – encaixou 30 milhões de euros para os cofres da Luz, aos quais poderão somar-se ainda uns “pozinhos”. Nada mau para um miúdo de 20 anos.

Nascido em Benavente a 29 de novembro de 1996, Gonçalo Manuel Ganchinho Guedes entrou para o Benfica em 2005. Progrediu nos vários escalões até à equipa B, na qual se estreou em 2014, e logo num jogo contra o Porto-B. Daí à equipa principal foi um saltinho, que é como quem diz, foi uma questão de meses.

Rápido e detentor de um poderoso remate, nunca dá um lance por perdido, como mostrou contra o Nápoles, quando o Benfica perdia por 4-0 e Guedes, numa recuperação de bola, salvou a honra do convento. Em certos momentos, como no melhor golo da sua carreira, contra o Paços de Ferreira, faz lembrar Eusébio. Mas também dá golos a marcar e ajuda a defender – em suma, deixa tudo em campo.

Esta quarta-feira tornou-se oficialmente (a sua transferência já antes era dada como certa), o 12.º português a vestir a camisola do Paris Saint-Germain. Segue as pisadas de jogadores como o goleador Pedro Pauleta. “Sei que o meu compatriota Pauleta foi um jogador muito apreciado aqui e espero fazer o mesmo, para um dia ser também apreciado como ele foi”, declara Guedes. A aposta na formação está a dar resultados.