Golf. Letizia Bagnoli primeira campeã vinda de Itália

Fora das 600 primeiras do ranking mundial amador e do top-100 europeu, a jogadora de 17 anos dominou o torneio do início ao fim no montado hotel & golf resort. Leonor Bessa a melhor portuguesa.

Letízia Bagnoli tornou-se este sábado na primeira vencedora italiana do Campeonato Internacional Amador Feminino de Portugal (CIAFP), o torneio a contar para os rankings amadores europeu e mundial, que a Federação Portuguesa de Golfe (FPG) organizou no Montado Hotel & Golf Resort, no concelho de Palmela.

Se o torneio masculino do ‘Portuguese International Amateur’ – que irá realizar-se em fevereiro – foi dominado por transalpinos nos últimos três anos (2014-2016), já o sucesso de hoje da jovem de apenas 17 anos foi o primeiro de uma jogadora deste país.

Letízia Bagnoli é, assim, a primeira líder do novo ranking europeu da PING Junior Solheim Cup, cujo objetivo será convocar seis jogadoras para a seleção europeia que irá defrontar a sua congénere dos Estados Unidos, de 14 e 15 de agosto, no Des Moines Golf & Country Club, no Estado norte-americano do Iowa.

O triunfo por 282 pancadas, 6 abaixo do Par, após voltas de 67, 73, 72 e 70, é completamente inesperado, mas totalmente merecido, uma vez que Letízia Bagnoli liderou do início ao fim um torneio em que estiveram presentes seis jogadoras que já representaram a Europa na PING Junior solheim Cup e que integram o top-100 do ranking mundial.  

«É um sentimento espantoso, porque não esperava nada vencer», concordou a jogadora de Florença em declarações prestadas ao site especializado “GolfTattoo”, depois de conquistar o seu primeiro título em torneios integrados no calendário maior da Associação Europeia de Golfe (EGA).

Aliás, em provas a contar para o ranking europeu, foi apenas o seu segundo top-10, depois do 9º posto alcançado no ano passado no Campeonato Internacional Amador de Itália.

E em torneios a contar para o ranking mundial amador, foi apenas o seu segundo título depois do bem menos importante Gran Premio Vecchio Monastero, em abril último. 

Numa 87ª edição do CIAFP fustigado pela chuva em dois dos quatro dias e com muito vento, o resultado final de -6 não pode ser comparado com o fantástico recorde de -17 da espanhola Maria Parra no ano passado, mas, tendo em conta que este ano só seis jogadoras lograram chegar aos 72 buracos abaixo do Par do percurso desenhado por Jorge Santana da Silva, acaba por tratar-se de um bom resultado.

 Letízia Bagnoli terminou em grande, com uma derradeira volta em que só perdeu 1 pancada em contraponto com os 3 birdies convertidos, deixando a 2ª classificada, a dinamarquesa Line Toft Hansen (68+73+75+69) a 3 pancadas de distância, de nada lhe valendo ter feito o terceiro melhor resultado do dia. 

As suecas Beatrice Wallin (73+72+72+69) e Julia Engstrom (69+73+72+72), e a francesa Mathilde Claisse (70+75+72+69) repartiram entre si o 3º lugar a 4 pancadas da campeã.

Engstrom é a 18ª classificada no ranking mundial amador, Wallin é a 79ª, Claisse é a 21ª no ranking europeu e todas justificaram fazerem parte do lote de favoritas, valorizando ainda mais o êxito de Bagnoli, que surgia apenas na 624ª posição do ranking mundial amador e na 161ª da tabela europeia, indo agora subir substancialmente em ambas as hierarquias.

O CIAFP foi disputado por 90 jogadoras da elite europeia (o máximo permitido pelo regulamento), mas, como frisou Miguel Franco de Sousa, o presidente da FPG, ao siete “GolfTattoo”, poderiam ter sido muitas mais: «Batemos o recorde de inscritas, estivemos muito perto de 170 inscritas (…) e o facto de termos aqui o Campeonato da Europa Amador de Equipas Femininas, em julho, fez com que houvesse um interesse acrescido por parte de todas as federações».

A participação portuguesa não foi positiva e pelo segundo ano seguinte não houve nenhuma a passar o cut, ou seja, a apurar-se para o último dia de prova. Uma série inesperada, depois de em 2015 termos tido pela primeira vez três representantes na última jornada.

A melhor portuguesa foi Leonor Bessa, empatada no 55º lugar, justificando, uma vez mais, o facto de ser a nossa jogadora melhor classificada no ranking mundial amador. 

«Nestes três dias não me senti a jogar mau golfe, mas alguns “shots” falhados para sítios errados comprometeram o meu resultado. Sinto-me triste, mas com vontade de continuar a trabalhar e de acreditar no processo», disse ao Gabinete de Imprensa da FPG a bicampeã nacional de sub-18.

«Atravesso uma fase em que estou a fazer várias adaptações na minha vida, com o objetivo de tornar-me numa melhor atleta a todos os níveis. Estou a investir em mim e sei que, mais tarde ou mais cedo, as coisas vão resultar e não vou deixar de lutar por isso», acrescentou a jogadora que no ano passado nem pode jogar o CIAFP por ter fraturado uma mão logo no primeiro buraco da prova, tendo ficado ausente do circuito durante cerca de quatro meses.

As principais classificações e resultados do CIAFP, bem como das jogadoras portuguesas, foram as/os seguintes:

1ª Letízia Bagnoli (Itália) 282 pancadas (67+73+72+70), 6 abaixo do Par

2ª Line Toft Hansen (Dinamarca) 285 (68+73+75+69), -3

3ª (empatada) Julia Engstrom (Suécia) 286 (69+73+72+72), -2

3ª (empatada) Beatrice Wallin (Suécia) 286 (73+72+72+69), -2

3ª (empatada) Mathilde Claisse (França) 286 (70+75+72+69), -2

 

Portuguesas (falharam o cut)

 

69ª (empatada) Leonor Bessa 235 (74+80+81), +19

79ª (empatada) Beatriz Themudo 239 (79+83+77), +23

86ª Leonor Medeiros 245 (79+86+80), +29

87ª (empatada) Rita Costa Marques 247 (80+81+86), +31

Sara Gouveia 78 (+6) e desistência por doença

Entretanto, a FPG já está a preparar a organização da 87ª edição do Campeonato Internacional Amador Masculino de Portugal, agendado para o mesmo Montado Hotel & Golf Resort, em Palmela, de 8 a 11 de fevereiro.