Contas com a justiça pressionam resultados Deutsche Bank

As receitas da unidade de trading do Deutsche Bank ficaram abaixo do que estava a ser estimado pelos analistas.

De acordo com a Bloomberg, estes resultados acontecem numa altura em que há vários receios no mercado por causa das finanças da instituição e do peso que esta questão pode vir a ter para os clientes do banco.

A verdade é que as receitas provenientes da unidade de renegociação de dívida aumentaram para 1,38 mil milhões no quarto trimestre em comparação com os últimos três meses de 2015. Ainda assim, abaixo do que estava previsto pelos analistas, que apontavam para 1,68 mil milhões.

Mas, por outro lado, as receitas provenientes das negociações de ações caíram 23% para os 428 milhões de euros.

“Os nossos resultados para o ano de 2016 foram fortemente impactados pelas acções decisivas da gestão assumidas para melhorar e modernizar o banco, bem como, pela turbulência do mercado no que diz respeito ao Deutsche Bank", explica o banco em comunicado, acrescentando: "Provámos a nossa resiliência num ano particularmente difícil. Terminámos 2016 com rácios de capital e de liquidez agradavelmente fortes e estamos optimistas depois de um início de ano promissor”.

Também os custos dos processos judiciais em que o banco está envolvido – pelo papel que teve na crise imobiliária iniciada nos EUA em 2007.

A verdade é que os últimos tempos têm sido para difíceis para a instituição. Em outubro do ano passado, ainda muito se falava dos rumores sobre a necessidade de um possível resgate. Para as fortes perdas registadas pela instituição muito contribuiu o anúncio da coima milionária aplicada pelas autoridades norte-americanas.

Pode mesmo dizer-se que este anúncio dos EUA colocou o banco em alerta de tsunami, com muitos investidores a recearem que o Deutsche Bank não tivesse capacidade para enfrentar esses custos legais.

Também o CEO da instituição, John Cruyan, ficou desde cedo sob pressão para restaurar a confiança do mercado na instituição. Uma das primeiras garantias que o CEO quis dar foi a de que não pretendia realizar nenhum aumento de capital.