Trump processado por médico após ter sido impedido de embarcar por causa de app de orações

Donald Trump está a ser processado por um médico residente na área de Chicago depois de ter sido retido nos Emirados Árabes Unidos por alegadamente conter uma aplicação de orações muçulmanas no telemóvel. 

O sírio Amer Al Homssi, de 24 anos, médico internista num hospital em Chicago, e com visto J-1, destinado a pessoas que participam em programas de intercâmbio ou estágio, terá viajado para os Emirados Árabes Unidos para se casar, a 23 de janeiro, e, este domingo, quando tentava realizar a viagem de regresso, terá sido impedido de embarcar, tendo mesmo sido detido por autoridades norte-americanas.

Em causa estará a aplicação de orações muçulmanas que o médico sírio teria no seu telemóvel.

O jornal Independent cita o processo judicial, interposto por Amer Al Homssi , no qual o médico se considera um "dano colateral" da recente ordem de trânsito do Presidente dos EUA, nomeando Trump, o Departamento de Segurança Interna dos EUA e o seu Secretário John Kelly, bem como o Departamento de Alfândega e Proteção de Fronteiras e ao seu Comissário Kevin K. McAleenan como réus.

No processo, apresentado num tribunal dos Estados Unidos, Homssi diz que voluntariamente entregou o seu telemóvel e outros pertences pessoais, depois de ter lhe terem pedido para o revistarem novamente.

Segundo o processo judicial, a que o jornal Independent teve acesso, Homssi terá sido impedido de viajar, assim que descobriram no seu telemóvel uma aplicação de orações muçulmanas.

A ordem executiva de Trump, assinada na passada sexta-feira, impede temporariamente viajantes de sete países, predominantemente muçulmanos, bem como refugiados em todo o mundo – de viajarem para os Estados Unidos da América. 

Os advogados de Homssi dizem que é "inequivocamente claro" que a ordem executiva de Trump visa os muçulmanos.