No Porto, a tempestade ficou-se pela noite. As ondas não

Não há registo de ocorrências graves, para além da queda de algumas árvores e estruturas, sem danos de maior ou feridos. As atenções voltam-se para a Foz, onde há estradas fechadas e a ondulação anda quase pelos seis metros.  

Na Ribeira do Porto limpavam-se ao fim da manhã os detritos de uma noite chuvosa, pelo menos os que ainda não vazavam pelas sargetas e ao largo delas se iam acumulando. De resto havia sol. Tímido por vezes. Noutras, quase primaveril. Nunca inteiramente fechado. Um imigrante senegalês, que prefere não ser identificado, pergunta se vai chover ao longo do dia. Sim, aguaceiros periódicos, vento moderado a forte. Diz que a sua grande preocupação é uma ligadura na perna, que não pode acabar molhada. Tem sítio onde ficar, afirma, mas o dia vai passá-lo a pedir esmola. Não convém apanhar molhas.

O mau tempo desta quinta-feira não se fazia sentir muito severamente no centro da cidade e a Proteção Civil afirmava pela manhã ao i que, para além de algumas árvores caídas e estruturas tombadas durante a noite – sem danos de maior ou feridos –, o dia ia-se passando sem grandes incidências. As preocupações voltam-se sobretudo para a Foz, onde polícia e proteção civil vedaram dezenas de metros da Avenida D. Carlos I, a zona costeira mais exposta e, portanto, onde se registam os maiores perigos com a grande ondulação, que, por volta das 12h, atingia quase os seis metros.

Do lado de Gaia registavam-se as mesmas precauções: ruas vedadas, pontões encerrados, agentes e ambulâncias de alerta. Se no resto da cidade há sobretudo vento forte e algumas gotas de chuva, quem se aventurasse esta quinta-feira pelos pontões da Foz muito dificilmente regressaria. E as condições ainda se podem agravar, como diz ao i o comandante Rodrigues Campos, que lidera a Zona Marítima do Norte. Para já, porém, não há incidências. “Já há alguns dias que fazemos o trabalho que para mim é mais importante, que é o da prevenção”, explica, dizendo que a população local está avisada para os perigos da orla marítima.

A Polícia Marítima, indica Rodrigues Campos, tem a postos unidades de resposta rápida, em caso de algum incidente, assim como linhas abertas para aconselhar quem tiver de fazer atividades marítimas por estes dias. À hora em que Rodrigues Campos falava, pelas 12h, via-se a maré-baixa, o suficiente, porém, para colher quem quer que se aventurasse pelos pontões encerrados pelas autoridades. “A ondulação pode agravar-se em preia-mar”, explica o comandante da Polícia Marítima, que, consultando o telemóvel, via já uma ondulação média de 5,8 metros no ondógrafo de Leixões.