22 fevereiro 1976. FC Porto passado a ferro em Alvalade (5-1)

Num campeonato para ambos esquecerem – não passaram   do quarto e quinto lugares…

22 de fevereiro de 1976 – “Um portozinho passado a ferro em Alvalade”, escreveram os jornais. O resultado não deixava dúvidas, vendo bem: 5-1. Uma espécie de Carnaval antecipado para os leões esfomeados. Exibições de encher o olho de Tomé, Chico, Marinho, Mendes, Inácio, Nelson, Fraguito… Juca era o treinador do Sporting (Monteiro da Costa no outro banco). Montou uma equipa sólida e, sobretudo, concretizadora. Os pés de Manuel Fernandes, o grande Manel de Sarilhos, tinham ímanes. Do lado de lá, equipa de luxo: Murça, Simões, Gabriel, Octávio, Rodolfo (depois Oliveira), Cubillas, Ademir, Seninho, Gomes… Ufa! Mas mesmo assim, na bancada, os adeptos gritavam: “Vai buscar, Tibi!” E Tibi ia. Que remédio! Uma, duas, três, quatro, cinco vezes.

Estranhamente, foi o FC Porto a marcar primeiro, logo aos seis minutos, por esse extraordinário jogador chamado Teofilo Cubillas, nascido lá nos altos andinos do Peru. Mas logo a seguir, nem meio minuto depois, Chico empatou. Depois, quase sobre a meia hora, deu a volta ao resultado. Na segunda parte, mais três golos: Fraguito (49 m), Manuel Fernandes (61 m) e Baltasar (82 m). Podiam ter sido mais. Manuel Fernandes falha de baliza aberta. Tomé chuta a roçar o poste. Os azuis-e-brancos afundavam-se tristemente no mar encapelado e verde que os submergia por completo. Eram apenas afogados em desespero aos quais o árbitro Porém Luís ainda perdoa um penálti claro. Seria uma época bisonha para os portistas: quarto lugar. Pior, só mesmo o Sporting, que foi quinto. Benfica, Boavista e Belenenses tomaram conta dos três primeiros. Por essa ordem.