Novo Banco. Governo prefere venda mas já não espera grande valor

Fundo norte-americano Lone Star terá de abdicar da garantia estatal para sair vencedor da corrida

Encontrar uma solução para o Novo Banco que não traga encargos ou impactos para o Estado é o grande objetivo do governo. A ministra da Presidência diz que o Executivo prefere a venda, se esta tiver “impactos menores” que a nacionalização, referiu em entrevista ao DN.

Já em relação a possíveis alterações nas propostas, a governante diz que “se houver uma mudança da proposta, exatamente, que garanta que a venda não tem impactos negativos ou tem impactos menores do que teria a nacionalização, a nossa opção será, naturalmente, pela venda”, respondeu.

Já questionada sobre se esta opção se mantém para uma venda de baixo valor que não afete as contas públicas, Maria Manuel atira: “Neste momento, o grande valor, já não vamos esperar por ele, não é?”. E  lembra que o problema devia ter sido gerido em 2012, quando existiam outras condições.

Negociações continuam

A verdade é que o Banco de Portugal e o fundo norte-americano Lone Star continuam as negociações e o governo já garantiu que quer fechar este dossier nas próximas semanas. Em causa está a exigência das garantias estatais assentes na proposta da Lone Star, em que nenhuma das duas partes quer ceder.

Do lado do Executivo o argumento é que uma garantia estatal teria sempre um impacto direto sobre as contas públicas. Um risco que o governo não quer correr. Já do lado da Lone Star, a não existência de uma garantia pública poderá afetar os seus rácios, caso o Banco Central Europeu (BCE) venha a exigir injeções adicionais de capital no Novo Banco.

A proposta inicial da Lone Star, apresentada no início de novembro, visava a compra de 100% do Novo Banco por 750 milhões de euros, mas o plano admitia a injeção de mais 750 milhões na instituição financeira. Mas enquanto existem resistências à volta da garantia estatal, o fundo já veio garantir que a liderança do Novo Banco deverá permanecer intacta, uma vez que, pretende manter António Ramalho como presidente da comissão executiva.

Também na corrida está o consórcio Apollo/Centerbridge, uma vez que pelo caminho ficaram os chineses do Misheng, por alegadamente não terem conseguido apresentar garantias financeiras que sustentassem a sua proposta de compra. Na semana passada apareceu mais um interessado, a Aethel Partners mas só poderá participar no processo aliada a um dos fundos.