OCDE alerta para riscos em adiar malparado

Entidade diz que crescimento depende das reformas.

A OCDE alerta que adiar uma solução para o problema do crédito malparado “é uma estratégia arriscada” que compromete a saúde dos bancos, o investimento e o crescimento económico, instando as autoridades a fazer mais.

De acordo com a entidade, a recuperação da economia portuguesa depende da saúde do seu sistema financeiro e, como tal, considera que seria vantajoso avançar com um plano abrangente que facilitasse os processos de insolvência, incentivasse os bancos a assumirem o malparado e estimulasse um mercado para estes créditos, incluindo a criação de bancos-maus.

Estas são algumas das recomendações centrais no relatório de avaliação da situação económica nacional produzido pela OCDE, no âmbito das análises que faz aos seus Estados-membros a cada dois anos.

A OCDE diz também que a fragilidade da banca “precisa de ser resolvida o quanto antes” para “reduzir os riscos orçamentais e restaurar o crescimento do crédito”.

Crescimento depende das reformas

O relatório revela também que as perspetivas de crescimento em Portugal "vão depender cada vez mais das políticas que permitam à economia concorrer com sucesso e gerar novas oportunidades de rendimento”.

A instituição liderada por Angel Gurria sublinha que os “estrangulamentos estruturais continuam a retrair o crescimento e exacerbam as vulnerabilidades”. Por isso, “lidar com alguns destes desafios” será “a base de um crescimento robusto ao longo dos próximo anos”, mas para isso “é necessário retomar o ímpeto das reformas estruturais”, alerta a OCDE.

O relatório sugere ainda que a implementação das reformas pode ser melhorada e que uma avaliação sistemática das reformas estruturais já levadas a cabo permitirá definir melhor as necessidades de reformas futuras. Os esforços atuais neste sentido, incluindo a criação de uma unidade dedicada no Ministério das Finanças, são bem-vindos”.