Carrilho nega violência doméstica. “Desde que conheço a Bárbara que lhe conheço nódoas negras”

O julgamento que opõe a Bárbara Guimarães a Manuel Maria Carrilho dura há um ano. Hoje, o ex dirigente socialista negou em tribunal ter batido na apresentadora e disse que a acusação de violência doméstica era “uma bomba atómica”

“Desde que conheço a Bárbara que lhe conheço nódoas negras”, disse hoje em tribunal Manuel Maria Carrilho, negando as acusações de violência doméstica contra a ex-mulher, Bárbara Guimarães.

O ex-ministro da Cultura garantiu ainda que nunca agrediu a apresentadora, com quem esteve casado durante 12 anos. O julgamento que opõe o ex-casal começou há um ano, mas até agora o arguido ainda não tinha prestado um depoimento tão longo. Ao longo do discurso, Carrilho justificou as nódoas negras da ex-mulher dizendo que eram o resultado de um alegado problema alcoolismo de Bárbara Guimarães que a levava a cair frequentemente.

O antigo dirigente socialista afirmou, aliás, que foi devido à doença de Bárbara que abandonou a vida política, algo de que a apresentadora não terá gostado e que terá estado na origem da queixa de violência doméstica. “Fui espoliado. Fiquei sem casa, sem filhos, sem biblioteca. Os livros, que são como meus filhos, foram metidos em caixotes como se fossem batatas”, disse Manuel Maria Carrilho durante a sessão no Campus de Justiça, citado pelo Público. 

O suspeito disse ainda que a acusação de violência doméstica era “uma bomba atómica que [nos] destrói”, mas acrescentou que nunca se deixaria destruir apesar de ter sido alvo de uma estratégia de Bárbara Guimarães que, acusou, apenas quer “deitar mão a tudo”.

Recorde-se que, no despacho de acusação, o Ministério Público (MP) considerou que a apresentadora foi, por mais do que uma vez, vítima de agressões físicas mas também psicológicas, desde pontapés a empurrões que lhe provocaram, nas palavras do procurador que investigou o caso, “dores e humilhação”. “Em todas as ocasiões, o arguido quis molestar física e psiquicamente” a vítima, considerou o MP, acrescentando que o agressor tentou, através destes atos, que Bárbara Guimarães se sentisse “um ser inferior”.