Depois do murro na mesa de Pedro Passos Coelho em relação à TSU (Taxa Social Única), ficou clara a ideia de que o governo deixa de poder contar com a “muleta” do PSD. Mas essa mudança de atitude na oposição pode não ser suficiente para os sociais-democratas chumbarem o regulamento elaborado pelo governo que vai permitir a empresas como a Uber e a Cabify operarem legalmente em Portugal.
Ao i, fonte social-democrata ligada a este dossiê assegura que o sentido de voto continua em aberto. “Só iremos anunciar a nossa votação no dia do debate”, adianta o deputado Luís Leite Ramos, explicando que os sociais-democratas não irão tomar posição pública sobre a matéria antes de analisarem em concreto a proposta de regulamentação apresentada pelo governo.
Nos últimos dias, o PSD tem ouvido representantes das empresas de plataformas de transporte, mas também os representantes dos taxistas. As pressões sobre os sociais-democratas são grandes, porque o PCP sempre esteve contra a regulamentação e o BE continua com muitas dúvidas. Ou seja, o voto do PSD será decisivo para aprovar uma legislação sem a qual empresas como a Uber e a Cabify estão a operrar ilegalmente.
De resto, nos últimos meses, várias ações de fiscalização a estes veículos têm levado a pesadas multas e fazem com que alguns motoristas prefiram estacionar os carros até que a lei seja aprovada. Ainda assim, a Uber tem dado sinais de querer manter-se por cá: ainda ontem anunciou o lançamento de um novo serviço gratuito exclusivo para Portugal, que permite selecionar os motoristas com as notas mais elevadas sem pagar mais por isso.
