OPA ao BPI. CaixaBank fica com 84,5% do BPI

O banco fica em bolsa, mas com muito menos liquidez.

O CaixaBank ficou com 84,52% do BPI após a conclusão da Oferta Pública de Aquisição (OPA) sobre a instituição financeira liderada por Fernando Ulrich e depois de ter investido 644,5 milhões de euros. No entanto, não vai ser possível ao banco catalão avançar com a aquisição potestativa das restantes ações, o que implica permanecer na bolsa de Lisboa. Ainda assim, permanece com menor liquidez.  

Feitas as contas, como o CaixaBank já detinha quase metade do capital, só 54,5% do capital do banco liderado por Fernando Ulrich estava sujeito à oferta, a um valor de 1,134 euros por ação. Após a conclusão da oferta, o banco catalão adquiriu 39,02% para além do que já detinha. Já o restante capital: 15,49% ficou nas mãos dos restantes acionistas.

No entanto, não foram identificados os acionistas que venderam mas entretanto foram surgindo informações que davam conta das alienações. É o caso da Santora, de Isabel dos Santos, que detinha 18,6% do BPI.

Esta venda terá surgido depois de um longo braço de ferro com o grupo catalão, e depois de o BPI ter cedido o controlo do Banco de Fomento Angola (BFA) a Isabel dos Santos. Quem também terá vendido a sua posição ao grupo espanhol foi o BIC, igualmente controlado pela filha do presidente angolano.

A verdade é que a sua saída do capital da instituição financeira liderada por Fernando Ulrich já era dada como certa. Aliás, no decorrer desta OPA, o BPI negociou com Isabel dos Santos a venda de 2% do BFA, permitindo à empresária ficar com o controlo do banco angolano. Tudo indica, no entanto, que a empresária angolana vá desinvestir no BPI.

Violas ameaça avançar com processo

Também o grupo Violas vendeu a maior parte da sua posição no BPI, ficando apenas com 10 mil ações da instituição financeira. Ainda assim, não se conforma com o desfecho desta operação que considera que favoreceu um acionista, Isabel dos Santos, que acabou por ficar com o controlo do Banco de Fomento Angola (BFA) para depois permitir a desblindagem dos votos no BPI, que, por sua vez, abriu passagem à OPA obrigatória por parte do CaixaBank.

“Ponderamos avançar com um processo contra o regulador (Comissão do Mercado de Valores Mobiliários) por ter autorizado uma Oferta que não é equitativa para todos os acionistas”, afirmou. A análise está “bastante avançada”.
“Achamos que todos entendem que o segundo maior acionista do BPI, a Santoro, através da Unitel, teve condições que os outros acionistas não tiveram”, refere Tiago Violas. “Ao receber o controlo do BFA permitiu a desblindagem dos votos”, adianta.

Recorde-se que, o banco catalão já tinha revelado que, se a operação fosse bem sucedida iria abrir portas à redução de 900 trabalhadores no BPI com vista a reduzir os custos anuais até 84 milhões de euros. Já em termos de redução de balcões, a ideia é manter a tendência que tem ocorrido nos últimos anos, não estando previsto o encerramento adicional de balcões.