Colapso da banca deixa milhares de pessoas sem trabalho

Em 2016, o BCE sublinhava tendência transversal.

O sistema bancário português continua a ser palco de muita instabilidade. Prova disso é a perda de postos de trabalho registada no setor ao longo dos últimos anos. De acordo com os dados que o Banco Central Europeu (BCE) divulgou em julho do ano passado, o número de trabalhadores bancários em Portugal reduziu-se em 1392 só entre 2014 e 2015 – um período que ficou também marcado pelo fecho de mais de 300 agências.

Mas os números divulgados por Frankfurt mostravam ainda que esta tendência não é de agora. Recuando até 2011, é possível perceber que, desde essa altura, o corte de postos de trabalho supera em muito os 7 mil. Só no ano de 2012, a estrutura de recursos humanos nesta área perdeu mais de 2500 trabalhadores.

A análise feita ao sistema bancário português mostrava ainda que, durante 2015, o maior corte foi feito na Caixa Geral de Depósitos (CGD), que fechou o ano com menos 448 trabalhadores do que em 2014 – uma redução para 8410 postos de trabalho que aconteceu sobretudo ao abrigo do programa de reformas antecipadas.

Em segundo lugar na lista das instituições que mais cortes fizeram está o BCP, que viu o quadro de pessoal perder 336 pessoas – um valor que supera as saídas registadas no Novo Banco, 277.

Mas há quem acredite que os números avançados pelo BCE ficavam, já nesta altura, aquém da realidade. Rui Riso, presidente do Sindicato dos Bancários do Sul e Ilhas (SBSI), garantia mesmo que, nos últimos dois a três anos, o setor perdeu entre 12 e 15 mil trabalhadores. 

Mas a verdade é que Portugal não é um caso único. A redução tanto no número de colaboradores como de agências tem acontecido por toda a Europa e tem vindo a aumentar em todos os países.