Portugal é um dos países mais seguros para os turistas

Turistas começam a procurar destinos que são menos conhecidos, mas que consideram mais seguros.

A palavra terrorismo chegou ao dia a dia da Europa como nunca tinha acontecido antes. Com ataques em diferentes países do centro europeu, a sensação de segurança acaba por ditar os destinos escolhidos quando chega a hora de viajar.

Com os fluxos turísticos a mudar, há países que registam crescimentos fora do normal em comparação com o que era a realidade há uns anos. Entre eles, está Portugal. De acordo com Thomas Cook Group, a empresa de turismo mais antiga do mundo, o crescimento do número de reservas para países como Portugal, Bulgária, Croácia e Chipre impressionam.

Inicialmente, as operadoras de turismo encontraram em Espanha e Itália a solução para conter o impacto dos ataques terroristas, mas a falta de quartos impôs que se encontrassem novas alternativas, nomeadamente, em mercados menos saturados.

Ao i Ana Mendes Godinho, secretária de Estado do Turismo, já tinha admitido recentemente que, com os atentados terroristas, Portugal pode ter acabado por sair beneficiado enquanto destino turístico.

“Portugal estava no momento certo e nas condições certas para aceitar a procura e os desvios da procura. Fizemos nos últimos 10 anos um enorme esforço público e privado em termos de qualificação do nosso país, e isso deu frutos certos no momento certo, que é conseguir aproveitar os fluxos da procura turística”, explica. E a verdade é que a procura de Portugal enquanto destino tem vindo a aumentar as expetativas. Por exemplo, de acordo com associação alemã das agências de viagens (DVR), o ano passado ficou marcado por aumento de turistas alemães a procurar Portugal para umas férias. O destino preferido costumava ser a Turquia, mas a onda de violência que afetou o país, aliada aos atentados terroristas, têm retraído os turistas desta nacionalidade. Norbert Fiebig, presidente da DVR, chegou mesmo a garantir que “Portugal é um país com uma tremenda riqueza para o turismo. Não se limita a oferecer sol e o mar com praia, mas também um turismo de cidade, designadamente em Lisboa e Porto, que é muito apelativo”.

O impacto do terrorismo

A Turquia é um dos exemplos do impacto negativo que os ataques têm no setor do turismo. Istambul foi palco de um atentado terrorista a 29 de junho do ano passado e a violência complicou a realidade do país, que vê no setor do turismo uma das principais fontes de rendimento. Em apenas alguns meses, os ataques em Istambul e Ancara fizeram centenas de mortos e feridos e levaram a uma preocupante mudança no panorama do turismo do país. Na sequência dos ataques na Turquia, o número de chegadas a este país atingiu o nível mais baixo em duas décadas. Aliás, os exemplos mais recentes mostram que, a seguir a um ataque terrorista, há sempre uma queda inevitável na procura dos destinos.

Os atentados em Paris, em novembro de 2015, penalizaram desde cedo o setor. Perante o receio de novas investidas, houve um verdadeiro travão nas viagens. Um dos impactos mais imediatos foi na bolsa. Todo o setor começou a ressentir-se, com o índice que agrega desde companhias aéreas a restaurantes e hotéis a ganhar grande destaque nas perdas. No mês de junho do ano passado, as consequências ainda se sentiam na capital francesa. Os turistas ainda não tinham começado a voltar em peso à Cidade-Luz. Como forma de atrair mais turistas, os hotéis chegaram mesmo a baixar os preços.