Caixa investigada por “encobrir” falsificação de contas

A Caixa Geral de Depósitos é suspeita de ter compactuado com a “falsificação de contas” de uma empresa municipal de Paços de Ferreira, a PFR Invest.

A Caixa Geral de Depósitos (CGD) recorreu ao tribunal para tentar que a Câmara Municipal de Paços de Ferreira pagasse os 24 milhões de euros emprestados à PFR Invest, uma empresa municipal criada para gerir as zonas industriais do concelho. No entanto, no final do processo o município foi absolvido. É agora a CGD que será investigada pelo Ministério Público, Tribunal de Contas e Inspecção-Geral de Finanças, já que é suspeita de ter omitido e compactuado com a "falsificação de contas da PFR Invest relativas a 2010, 2011 e 2012, revela, o Jornal de Notícias.

De acordo com o jornal, o caso remonta a 2008, altura em que a empresa municipal pediu um empréstimo de 20 milhões. Como garantia, a PFR Invest apresentou um documento no qual o então presidente da Câmara, Pedro Pinto, se obrigava a transferir para a empresa municipal os montantes necessários ao seu equilíbrio financeiro.

Mas em setembro de 2010, a empresa começou a falhar pagamentos e em 2015 foi declarada insolvente e o novo autarca, Humberto Brito, recusou pagar a dívida.

A CGD recorreu para tribunal para reclamar o dinheiro. Mas no acórdão os juízes sustentam que o município "não se obrigou a pagar o empréstimo contraído", mas a garantir o equilíbrio das contas.

O Tribunal diz que, a Caixa por ser credora de duas prestações já sabia que as contas da PFR Invest – que em 2010, 2011 e 2012 apresentou resultados positivos – não eram as anunciadas. Ainda assim, segundo os juízes, a instituição financeira “silenciou a falsificação de contas e agiu ativamente com esta e o então presidente da Câmara, no sentido dessa falsificação de contas ser encoberta".