Quando o aeroporto era o Tejo

Os aviões de carreira podem estar prestes a aterrar no Montijo mas a verdade é que já estiveram lá perto: amaravam no Tejo. Chamou-se Aeroporto Marítimo de Cabo Ruivo. A largura do Mar da Palha, as águas geralmente mansas e profundas, convidaram a que os velhos hidroaviões das companhias aéreas internacionais que atravessavam o Atlântico…

Aliás, a grande motora da construcção das instalações de Cabo Ruivo foi a Pan American, empresa norte-americana de transportes aéres.

O Aeroporto da Portela (agora com o nome de Humberto Delgado) começou a ser construído em 1938 e chegou a servir paralelamente com o do Mar da Palha até aos anos-50. Tal como agora se prevê o estabelecimento de novas formas de transporte entre o Aeroporto do Montijo e o da Portela, abriu-se na altura uma via rápida entre os dois locais onde os aviões estacionavam – a Avenida Entre-os-Aeroportos, mais tarde renomeada Avenida de Berlim.

Basicamente, os passageiros amaravam nos hidroaviões vindos da América e eram, em seguida, levados para a Portela de forma a seguirem para outros pontos da Europa.

Foi do estuário do Tejo que o Lusitânia, de Gago Coutinho e Sacadura Cabral, se ergueu no céu para demandar o Brasil na maior epopeia da aviação portuguesa. Estávamos em Março: 30 de Março de 1922.