Jogos de Praia. Desporto na areia, deixa a vida rolar…

Os Jogos Olímpicos de Praia disputam-se na Àsia desde 2008. Em 2019, será Cabo Verde a organizar a primeira versão africana do acontecimento. E disputar-se-ão igualmente os primeiros Jogos Mundias, em San Diego

2019 será um ano marcante para o desporto de Cabo Verde. Reunida em Bamako, no Mali, a Associação dos Comités Olímpicos Africanos decidiu atribuir ao arquipélago a organização dos I Jogos Olímpicos Africanos de Praia. Uma edição inaugural no continente negro, mas que já tem história noutros pontos do globo.

Na Ásia, por exemplo, este evento já se desenrola desde 2008 e tem sido, a partir daí, bi-anual. A estreia foi em Bali, na Indonésia, e era difícil encontrar local mais apropriado. Todos os 45 países asiáticos com Comités Olímpicos reconhecidos internacionalmente, se fizeram representar. Nesse ano estiveram presentes 1665 atletas – nas duas últimas edições, 2014 – Pukhet, Tailândia; 2016, Danang, Vietname, ultrapassou-se a barreira dos dois mil atletas. Muitas são as modalidades que se praticam na praia, desde o atletismo ao futebol, do andebol ao basquete, do voleibol à luta livre, passando pelas especialidades aquáticas, como o remo, o pólo, a vela e o surf.

Um acontecimento vivido com grande estusiasmo, mas não apenas na Ásia. Na América do Sul, os Jogos Olímpicos de Praia terão este ano, no mês de Dezembro, a sua quarta edição. Local? Pimentel, na província de Chiclayo, no Peru. As anteriores tiveram lugar em Punta del Este, Uruguai, 2009, Manta, Equador, 2011, e Vargas, Venezuela, 2014.

Se na Ásia a Tailândia é a grande açambarcadora de medalhas – 318, 130 de ouro, bem à frente do Vietname (200/62) e da China (179/60) – na América do Sul o Brasil tem mais medalhas de ouro (30), mas a Argentina vence na totalidade (72, 22 de ouro).

O evento mais parecido com estas competições e que envolveram Comités Olímpicos europeus, foram os Jogos de Praia do Mediterrâno de 2015, que decorreram em Pescara, Itália. Só onze modalidades foram aceites: aquatlon, andebol, futebol, ténis, luta livre, voleibol, canoagem no mar, natação, natação em águas profundas, velocidade na areia e esqui aquático. Portugal não se fez representar, mas a Itália, como país organizador, a Espanha, a Eslovénia, a Sérvia, o Montenegro, a França, a Croácia, a Grécia, Turquia e Malta, bateram-se pelas medalhas contra a Síria, a Tunísia, o Egipto, Marrocos, Líbano, Líbia e Argélia. Com 70 medalhas (30 de ouro), os italianos sobressaíram largamente, à Frente da França (27/13) e da Grécia (21/5).

Agora é a vez de África. E de Cabo Verde. Os Jogos Olímpicos de Praia chegam à Ilha do Sal, onde se disputarão todas as provas. 54 países estarão presentes e Filomena Fortes, presidente do Comité Olímpico de Cabo Verde já veio demonstrar a enorme satisfação por poder receber o acontecimento: “Será um enorme ganho para o país e não apenas no campo do desporto. É um evento de enorme importância, com milhares de atletas que nos orgulha e distingue”.

De Cabo Verde para o mundo, já que o ano de 2019 assistirá igualmente aos primeiros Jogos Mundiais de Praia. Agendados inicialmente para Setembro/Outubro deste ano, os jogos foram entretanto adiados. As cidades candidatas à organização foram Sarasota, na Florida, Estados Unidos, Sochi, na Rússia, Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, e San Diego, na Califórnia, que viria a vencer por unânimidade na reunião dos Comités Olímpicos Internacionais realizada em Washington no dia 30 de Outubro de 2015. Demorou, mas já tem datas marcadas. E esperam-se mais de 5 mil atletas, de todos os continentes. Veremos se Portugal levará uma delegação.