Cristas diz-se preocupada com Parlamento e pede ajuda a Marcelo

Assunção Cristas diz que a forma como a esquerda se uniu para travar requerimentos da direita na Comissão de Inquérito é “grave” e um sintoma da forma como está a funcionar o Parlamento. Para a líder do CDS está em causa a qualidade da democracia e isso faz com que esteja a ponderar pedir a…

"Não excluo, por exemplo, pedir uma audiência ao senhor Presidente da República para discutir estas questões do funcionamento do parlamento que nos estão a preocupar muito", afirmou Cristas em entrevista ao jornal online Eco, criticando o bloqueio da maioria de esquerda às iniciativas da direita na Comissão de Inquérito à CGD, que já levou esta manhã José Matos Correia a demitir-se da sua presidência.

"Não há uma sociedade democrática e estável que possa funcionar apenas com os direitos das maiorias", vinca Assunção Cristas, que acha que nada do que se está a passar em torno da CGD pode ser visto de ânimo leve.

"É um momento grave, o que se está a passar no parlamento e no país", afirmou, defendendo que o caso da Caixa "deteriora a qualidade da democracia".

Assunção Cristas acha mesmo que a forma como António Costa e a maioria que lidera está a gerir o caso "não nos dá confiança neste Governo" e que, tendo em conta a gravidade da situação, o CDS não tenciona deixar a cair a polémica, apesar de Marcelo ter dito já que preferia ver o assunto encerrado e, em declarações ao Expresso, ter anunciado que a publicitação dos sms trocados entre Mário Centeno e António Domingues não mudará a sua posição em relação à manutenção do ministro em funções.

“Parece-me bastante claro que o caso não está encerrado. Do ponto de vista do CDS, é nosso dever escrutinar o Governo. Parece-nos grave que alguém vá a uma comissão de inquérito e não diga toda a verdade", declarou Cristas, recuperando a ideia que já tinha sido levantada pelo deputado João Almeida de que Centeno mentiu à Comissão quando disse que "inexistiam" comunicações com Domingues. Uma declaração que, ao ser contraditada, lhe pode valer uma acusação de prejúrio, uma vez que constitui crime prestar falsas declarações a uma comissão de inquérito.