Taxa turística. Só a Airbnb entregou 1,7 milhões à câmara de Lisboa

Só no ano passado, esta taxa rendeu 13,5 milhões ao município de Lisboa.

A Airbnb, plataforma de alojamento local, cobrou, no ano passado, 1,74 milhões de euros no âmbito da taxa turística criada pela Câmara de Lisboa. Verba essa que já passou para as mãos da autarquia. “No âmbito do acordo que a Airbnb celebrou com a Câmara Municipal de Lisboa, relativamente à coleta da taxa turística de um euro por noite na capital portuguesa, desde maio de 2016 até ao final do ano, a plataforma entregou 1,74 milhões de euros à autarquia”, revela a empresa.

A plataforma revela ainda que “a capital portuguesa continua a ser a cidade que recebe mais hóspedes Airbnb, com um total de 718 mil viajantes no ano de 2016, representando um crescimento de 66% face ao ano transato”. Feitas as contas, em média, estes hóspedes passaram 4,1 noites na capital.

Já em relação ao Porto, o número de hóspedes disparou ao registar um acréscimo de 92% no ano passado, atingindo um total de 293 mil viajantes que utilizaram os alojamentos disponíveis na Airbnb. Em média, permaneceram 3,4 noites na cidade, onde existem 5 mil anfitriões ativos.

A nível nacional, os anfitriões portugueses receberam, em 2016, “um número recorde de 1.650.000 de hóspedes” vindos de todo o mundo, o que equivale a um crescimento de 84% face a 2015.

Rendimento extra

A empresa diz ainda que, em média, os anfitriões têm 42 anos e obtêm um rendimento extra de 3350 euros por ano com o aluguer do seu espaço, que está ocupado, em média, 39 noites por ano.

Quanto ao tempo de permanência no país, a estadia média dos hóspedes foi de 4,3 noites. Também “o número de portugueses que utilizaram a plataforma para se alojarem nas suas viagens registou um crescimento exponencial, de 120%, com 264 mil portugueses a recorrerem à Airbnb para se hospedarem em todo o mundo”, acrescenta.

Em Lisboa, verificou-se um total de 77 mil utilizadores, enquanto no Porto o número rondou os 28 mil utilizadores.

De acordo com o responsável pela Airbnb em Portugal, “a plataforma “continua a crescer e representa, claramente, um novo motor económico que está a ajudar a crescer e a diversificar o turismo em Portugal”, garante Ricardo Macieira.

Cofres da câmara

Só no primeiro ano em que foi cobrada, a Taxa Municipal Turística de Lisboa que, arrancou quando António Costa ainda era presidente da Câmara, rendeu à autarquia um valor superior a 13,5 milhões de euros. Este valor reverte para o Fundo de Desenvolvimento Turístico de Lisboa, criado para financiar investimentos na cidade, como a requalificação do Palácio Nacional da Ajuda ou a criação do Museu Judaico de Lisboa, em Alfama.

O total do valor cobrado pelas dormidas de turistas em Lisboa em 2017 resulta de três grandes tipos de alojamento. A fatia mais importante (nove milhões de euros) vem dos hotéis e restantes empreendimentos turísticos tradicionais. Segue-se o alojamento local, que cobrou 2,8 milhões e, por fim, 1,7 milhões de euros vêm dos parceiros da plataforma Airbnb.

Mas Lisboa não é um caso isolado. A câmara de Cascais também avançou com a aplicação da taxa turística a partir deste mês de fevereiro.  Inicialmente estava previsto cobrar 1,5 euros por noite, mas acabou por aplicar um valor igual ao de Lisboa: um euro por noite. De acordo com as contas da autarquia, está previsto arrecadar já este ano 1,2 milhões de euros com esta taxa,

Este exemplo poderá ainda ser seguido no Porto. O atual presidente da câmara, Rui Moreira, já propôs a implementação de uma taxa turística que pode chegar aos dois euros por noite, caso vença as próximas eleições autárquicas.