Soldados atacam maior templo budista da Tailândia

3500 soldados cercam o mais poderoso templo budista do país à procura de um monge acusado de corrupção

Depois de várias ameaças e negociações sem resultados que duraram mais de um ano, as autoridades militares da Tailândia assaltaram um dos principais templos budistas do país, Wat Dhammakaya. O objetivo desta complicada e delicada operação num país em que 94,8% da população é budista era capturar um dos fundadores da ordem que dirige o templo e antigo monge, de nome Luang Por Dhammajayo, que é acusado de branqueamento de capital, corrupção e outros crimes pelos tribunais tailandeses. 

Nesta operação participaram mais de 3500 homens armados. O mosteiro situa-se nos arredores de Banguecoque e a ordem possui mais 18 mosteiros por todo o país. A irmandade de Maha Nikaya impôs-se nos últimos anos como a principal ordem budista da Tailândia e uma das mais importantes no sul da Ásia. O interior do recinto do templo pode albergar meio milhão de pessoas e as cerimónias são presenciadas por dezenas de milhares de fieis. O templo tem uma arquitetura muito peculiar, parecendo um disco voador dourado.

Os 3500 soldados que participaram no assalto às primeiras horas da manhã não encontraram resistência por parte dos monges. Recorde-se que, nos meses anteriores, cada vez que as autoridades ameaçaram tomar o templo (três vezes desde junho), centenas de fiéis acorreram a fazer barricadas, fazendo prever que qualquer operação policial podia transformar-se num banho de sangue. Um porta-voz do mosteiro, Dantamano Bhikku, acusou as autoridades de comportamento “antibudista”.

O religioso de 72 anos é acusado de receber indevidamente 37 milhões de euros de cooperativas que são acusadas de má gestão de dinheiro.