Merkel promete ação política na Opel

A chanceler alemã diz que vai fazer todos os possíveis para manter os empregos e as fábricas da Opel na Alemanha caso esta seja comprada pela PSA. 

A PSA, grupo francês que tem as marcas Peugeot, Citröen e DS, confirmou na terça-feira que está a negociar com a General Motors – dona da Opel – a aquisição da marca automóvel germânica.

“Faremos tudo o que for politicamente possível para assegurar os empregos e as instalações na Alemanha”, afirmou Angela Merkel em conferência de imprensa.

O governo alemão terá sido surpreendido pelo anúncio e um secretário de Estado foi apontado para supervisionar este assunto sensível em pleno ano eleitoral na Alemanha.

Berlim quer "trabalhar de perto com os representantes do pessoal e com os sindicatos para a continuação das instalações, dos empregos, dos centros de desenvolvimento e do acordo de empresa", afirmou Matthias Machnig ao diário económico “Handelsblatt".

Alguns analistas preveem a eliminação de empregos em caso de fusão entre os dois construtores. No fim de 2015, a Opel – Vauxhall no Reino Unido – dava emprego a 35600 pessoas, das quais 18250 na Alemanha, e tinha 10 fábricas repartidas por seis países europeus.

Desde 200 que a Opel está em negativo, contabilizando perdas de 15 mil milhões de euros nos últimos 15 anos.

Uma concretização do negócio cria um novo ator no mercado automóvel europeu, com 16,3% de quota e ultrapassando a Renault para o segundo lugar. A Volkswagen lidera com 24% do mercado. De acordo a agência Reuters, a GM deverá ficar com uma parte da nova fabricante. 

O PSA e a Opel têm vários projetos em comum, nomeadamente o novo Zafira produzido em França na PSA e o sucessor do C3 Picasso que será fabricado em Espanha na Opel.

O grupo PSA é lierado pelo português Carlos Tavares (foto) e detido em 14% pelo Estado francês.