Novo Banco. Lone Star garante estar “empenhada” em chegar a um acordo final

Fundo norte-americano voltou a garantir que quer manter a atual administração liderada por António Ramalho.

A Lone Star garante estar "empenhada" em chegar a um acordo final para a compra do Novo Banco e confirma que quer manter António Ramalho na liderança do banco. É desta forma que o fundo-norte americano reage à notícia de que foi escolhido pelo Banco de Portugal para avançar com negociações exclusivas com vista à alineação da instuição financeira.

"Continuamos empenhados em chegar a um acordo final com o Banco de Portugal para apoiar o Novo Banco beneficiando, no longo prazo, os seus clientes, colaboradores, credores e a economia portuguesa em geral. Estamos profundamente confiantes no futuro do Novo Banco. Após uma análise aprofundada da instituição ao longo dos últimos meses, estamos conscientes da importância do Novo Banco para o futuro da economia portuguesa", revela em comunicado.

Já no início do mês de janeiro, a entidade liderada por Carlos Costa tinha apontado a Lone Star como candidato favorito, mas ainda assim, mantinha na corrida consórcio norte-americano Apollo/Centerbridge. Para já, este consórcio sai de cena, podendo, no entanto, regressar caso as negociações com o fundo americano falhem.

Bruxelas entra nas negociações

Nesta fase, a Direção Geral da Concorrência Europeia (DG Comp) deverá ser envolvida no processo de negociação, uma vez que, o modelo de venda pode implicar a manutenção do Novo Banco no Fundo de Resolução, ou seja, o Estado ou de outra entidade pública. O que é certo é que os compromissos assumidos pelo governo com Bruxelas previam a venda da totalidade da instituição financeira. Também o impacto do modelo de repartição de risco nas contas públicas terá obrigatoriamente ser testado junto do Eurostat. 

Ainda este domingo, Marques Mendes disse no seu espaço de comentário na SIC que o Executivo terá já dado orientações para ultimar as negociações e adianta que nesta fase o fundo norte-americano deverá adquirir 65% do capital, ou “um pouco mais”. Em contrapartida, segundo o comentador, o fundo norte-americano compromete-se a injetar mil milhões de euros, em vez dos 750 milhões de euros que tinham sido avançados inicialmente. 

Outra das cláusulas do acordo implica que, durante três anos, a Lone Star não poderá vender a sua participação.  Mas ainda semana passada, o fundo norte-americano já se tinha comprometido em ficar com o Novo Banco entre a cinco a dez anos.