Ordem: médicos não podem continuar a ser “bodes expiatórios” das insuficiências do SNS

Ordem dos Médicos reage à proposta de aumento da idade máxima para trabalho nas urgências

A Ordem dos Médicos emitiu esta tarde um comunicado onde nega ter debatido qualquer proposta com o governo para aumentar a idade de trabalho máximo nas urgências. Recorde-se que a ideia de indexar o limite etário para trabalho nas urgências, que o ministro da Saúde disse ter sido ideia do ex-bastonário, está a gerar fortes críticas dos médicos.

O governo defende que é preciso rever o atual limite de 50 anos para trabalho nas urgências noturnas e de 55 anos para trabalho nas urgências durante o dia. “As questões médicas de índole estritamente laboral devem ser negociadas com os Sindicatos Médicos”, diz o conselho nacional da Ordem dos Médicos, sublinhando que considera “lamentável que se apresente como solução, para resolver as insuficiências e deficiências dos serviços de urgência dos hospitais, o aumento da idade de dispensa de trabalho dos médicos”.

A Ordem fala de uma “contínua inoperância demonstrada pelos sucessivos Governos em resolver um dos problemas graves da organização do nosso SNS, o serviço de urgência” , mas salienta que os “médicos não podem continuar a ser os “bodes expiatórios” das insuficiências do sistema e, no caso particular do serviço de urgência, não devem ser sobrecarregados com mais tempo numa tarefa de elevado risco e responsabilidade associada a um desgaste físico e psicológico intenso”.

A Ordem defende mesmo que a profissão de Médico seja considerada como uma profissão de risco e desgaste rápido, com contrapartidas e reconhecimento a serem negociados pelos Sindicatos Médicos. Esta mesma ideia já tinha sido defendida pelo atual bastonário Miguel Guimarães durante a campanha eleitoral.

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