Trump condena antissemitismo e racismo

Presidente falou pela primeira vez sobre as recentes ameaças à comunidade judaica norte-americana

Numa conferência de imprensa, realizada na semana passada, Donald Trump já tinha garantido a um jornalista que era a “pessoa menos antissemita” que ele “alguma vez conheceria em toda a sua vida”, mas isso não bastou para diversos líderes judeus norte-americanos, que esperavam uma condenação mais veemente ao aumento das ameaças verificadas a diversas comunidades e centros judaicos, um pouco por todo o país.

Hoje, o presidente dos EUA pronunciou-se finalmente sobre os incidentes – escassas horas depois da sua adversária na corrida presidencial ter publicado uma mensagem no Twitter, na qual defendia que todos deviam condenar o antissemitismo, “a começar pelo presidente” – no âmbito de uma visita ao Museu Nacional de História e Cultura Afro-Americana, em Washington. “O antissemitismo é horrível, tem de parar”, disse Trump, em declarações à MSNBC, esclarecendo que “sempre que tem oportunidade” condena todo o tipo de atitudes que possam “dividir” os americanos, tais como “o antissemitismo ou o racismo”.

De acordo como os dados do departamento de polícia de Nova Iorque, divulgados pela CNN, já foram reportadas 69 ameaças e abusos em 54 centros judaicos do estado, desde o início de 2017 e nos arredores de Saint Louis, no Missouri, mais de 150 lápides foram vandalizadas na segunda-feira à noite, num cemitério judeu. A NBC revela ainda que, para além de Nova Iorque e Missouri, também os estados do Texas, Ohio, Illinois e Alabama estão a sofrer com o aumento da animosidade contra as comunidades de judeus aí residentes e em todos eles foram registadas ameaças de bomba contra centros comunitários judaicos.

Trump confessou não saber de onde vêm as ameaças, mas acredita que todos os agressores serão apanhados. O tema acabou por desembocar na tão badalada ordem executiva de suspensão do acolhimento de refugiados e da entrada de cidadãos de sete países de maioria muçulmana, levando o presidente a defender que é tudo uma questão de “amor”.“Este museu é sobre o amor. Temos de deixar entrar as pessoas que vão amar o país, não as que lhe querem fazer mal”, afirmou Trump.

A visita do presidente ao museu aconteceu poucas horas antes de o departamento de Segurança Nacional anunciar um conjunto de medidas que irão acelerar o processo de deportação dos imigrantes ilegais, particularmente os indocumentados. Mais de 11 milhões de pessoas podem vir a ser afetadas pelas novas diretrizes das autoridades migratórias.