Atitude punk e marketing. A história dos Daft Punk atrás das máscaras

As últimas fotos oficiais de Guy Manuel de Homem Christo e Thomas Bangalter são de 1994

Quem é a maior referência da música electrónica? Os Daft Punk. Quem é o artista que maior fascínio desperta? Banksy. Que têm os dois em comum? O mistério. Banksy nem se sabe quem é. Os Daft Punk conhecem-se, mas podem passear por Versalhes ou pela Avenida da Liberdade a seu bel-prazer.  A última foto oficial data de 1994 quando Guy Manuel de Homem Christo e Thomas Bangalter tinham 20 anos e eram conhecidos pelas festas estonteantes. 

Há três anos, durante um convívio de comemoração da platina de “Random Access Memories” nos escritórios da Sony em Nova Iorque, os contemporâneos Falcons atreveram-se a publicar no Instagram uma foto dos Daft Punk sem máscara. A imagem foi apagada de pronto mas a Internet não perdoa. Um Thomas Bangalter a caminho da calvície contrasta com a jovialidade eterna do luso-francês, cada vez mais parecido com Jean-Benoît Dunckel dos Air – também ele central no “french touch”. 

“Não queremos a pose e a atitude do rock’n’roll. São completamente estúpidas e ridículas. Esta música é nova e esta é uma forma nova de fazer as coisas. Acabaram-se as regras”, defendia Bangalter em entrevista à Mixmag sobre “Homework”. 

Com excepção de figuras como Fatboy Slim, a música electrónica sempre foi mais permeável ao anonimato do que o rock, o hip hop, o jazz ou outro género. Até o EDM ter invadido estádios e festivais. E o que se tornara uma construção e um modelo para outros voltou a ser um ato de resistência.