Great Again: como Donald Trump já acabou com o racismo em Hollywood

1.A noite que passou foi noite de Óscares: é sempre uma noite de magia, glamour e um hino ao cinema. O cinema precisa de se adaptar aos novos tempos, afirmando-se como uma arte capaz de mobilizar, de entreter, de inspirar e fazer sonhar: infelizmente, se há arte que tem perdido com as novas tecnologias da…

Perdido, no sentido de se ter confrontado com uma diminuição da afluência do público às salas de cinema, em virtude de fenómenos ilícitos como a pirataria e a disponibilização de filmes em streaming.

2.A edição deste ano contou com a apresentação de Jimmy Kimmel, apresentador de um popular late night show emitido diariamente na ABC: Kimmel é porventura, na actualidade, o apresentador-humorista mais inteligente, moderado e que melhor se adaptou à confluência da influência das redes sociais na televisão tradicional (rivalizando, neste particular, com Jimmy Fallon).

3.A escolha de Kimmel revela a intenção da Academia de Hollywood de aproximar cada vez mais a cerimónia de entrega dos prémios a um grande espectáculo televisivo – nas anteriores edições, já havia convidado Seth McFarlane, Ellen Degeneres ou Neil Patrick Harris, estrelas da televisão norte-americana.

Espectáculo mais curto, mais dinâmico, com rábulas e rubricas próprias dos formatos televisivos, relegando as categorias mais técnicas para um cerimónia mais discreta realizada antes da cerimónia oficial- tudo numa lógica de contrariar a quebra das audiências que a transmissão da cerimónia tem alcançado.

4.E a escolha revelou-se acertada: Jimmy Kimmel conduziu a cerimónia de ontem com mestria, originalidade e humor. Apesar de os media titularem que a cerimónia teve como alvo predilecto o Presidente Donald Trump (afinal, até ao momento, não houve nenhum tweet do Presidente dos Estados Unidos sobre os Óscares!), a verdade é que Jimmy Kimmel foi honesto e elegante nas críticas que formulou.

O “New York Times” e o “Politico” deveriam aprender com Kimmel como criticar, como manifestar a oposição, saudável em democracia, à Administração que tanto odeiam – mas com lucidez, bom senso e honestidade.

5.Julgamos, no entanto, que a frase mais marcante da noite foi a declaração de abertura – o anfitrião da cerimónia de Hollywood apelou à democracia, à união pela discussão racional dos americanos, quer sejam liberais, quer sejam conservadores. Todos são cruciais para o sucesso da América. Juntos podem “Make America Great Again!”.

6.No entanto, a piada da noite foi a confusão de envelopes que gerou um momento, no mínimo, insólito: por uns breves, embora longos, minutos, “La La Land” ganhou o Óscar de melhor filme. Erroneamente: afinal, a estatueta pertencia, na realidade, a…”Moonlight”, filme que relata a vida de um jovem afro-americano desafortunado.

7.O estranho não é (só!) a troca de envelopes – os longos minutos que mediaram entre o primeiro anúncio, as deambulações do membro da equipa técnica por entre a equipa e o elenco de “La La Land” e a admissão do erro são algo (pelo caos e pelo insólito, numa produção que move milhões e um secretismo absoluto) épico!

Afinal, Humberto Bernardo – lembra-se do apresentador da “Miss Portugal” da RTP- quando se enganou no envelope estava a ser um visionário e a antecipar uma grande produção de Hollywood….Os portugueses devem um pedido de desculpa ao ex-apresentador português.

8.Ora, numa cerimónia que criou tanta expectativa pelas possíveis críticas ao Presidente Donald Trump, resta formular uma questão: será que a troca de envelopes se deveu “igualmente” a um ataque informático russo?

Foi Vladimir Putin que manipulou a informação dos computadores da Academia de Hollywood? Será que Warren Beaty estava contratado pelo Kremlin para falsear os resultados do prémio mais importante da Sétima Arte?

Beaty é, afinal, um espião do KGB? Esperamos pela resposta do “Saturday Night Live” no próximo sábado (ou então, mais hilariante ainda, de Chuck Schummer ou Nanci Pelosi esta tarde…).

9.Por último, cumpre referir que esta edição dos Óscares revela já que Donald Trump já começou a recuperar a grandeza dos Estados Unidos da América.

Em apenas um mês, o Presidente Donald J. Trump já conseguiu acabar com o racismo na Academia de Los Angeles. Por muito que custe a admitir, Trump logrou – em apenas um mês! – unir os artistas, técnicos, realizadores e demais trabalhadores do sector, fazendo esquecer as divisões de género, raça ou religião. Surpreendido? Vamos aos factos.

10. No ano transacto, a edição dos Óscares ficou marcada pelas insinuações de racismo, de ostensiva discriminação racial por parte da Academia em relação aos actores negros (e aos filmes que retratavam episódios marcantes da comunidade afro-americana, com destaque para “Selma”).

Recorde-se que Spike Lee anunciou o seu boicote aos Óscares, afirmando que é mais “fácil um afro-americano se tornar Presidente dos Estados Unidos da América do que ser presidente de um estúdio de Hollywood”.

E Jada Smith (mulher de Will Smith) recusara estar presente no Kodak Theater em protesto contra a falta de diversidade entre os nomeados.

11.Ora, quem era o Presidente dos Estados Unidos no ano transacto? Quem? Donald quê? Não, não! Era esse mesmo, caro leitor…Vamos lá enunciar, em uníssono (quase tão unidos como, ontem, em Hollywood) o nome do Presidente dos Estados Unidos no ano em que se denunciou o (suposto) racismo da Academia: Presidente Barack…Hussein…Obama! Presidente Barack H. Obama, o 44.º Presidente dos EUA!

Afinal, quando o novo “Deus” dos media internacionais exercia funções de Presidente da grande Nação americana o mundo não era tão perfeito, tão magnífico, tão “cor-de-rosa” como agora proclamam os comentadores, jornalistas e políticos por esse mundo fora – o racismo, nos últimos anos, foi tema recorrente nos Óscares!

12.Com um Presidente que não era “um porco”, um “asshole”, um “sociopata”, um “ racista”, um “xenófobo”, um “misógino”, “pior do que ser violadas (!)” (estas expressões são apenas uma pequena amostra do que a imprensa, os comentadores e alguns actores de Hollywoood são chamaram ao Presidente Trump, algo, isto sim, nunca visto na história democrática norte-americana…) – já havia queixas, boicotes e manifestações contra o racismo em Hollywood!

13.Ontem, caríssimos leitores, não houve queixas de racismo contra a Academia: apenas um clima de fraternidade, união, amor (muto amor!) e rasgados elogios (merecidos!) à capacidade de o cinema fazer sonhar, promover a paz e a diversidade cultural. O cinema é a forma mais sublime e contundente de a Humanidade se confrontar com a sua… humanidade.

14.Ontem, o racismo foi severamente vencido em Los Angeles. Desconhecemos se Spike Lee esteve ou não presente no Kodak Theater: esperemos que sim.

É que, no primeiro mandato do Presidente Donald J. Trump, o Óscar de melhor actor vai para um actor afro-americano (Mahershala Ali, de “Moonlight”) e o Óscar de melhor filme foi para “Moonlight” (sobre a vida da comunidade afro-americana).

Quem diria? Com o Presidente Barack H. Obama, parecia impossível um afro-americano ganhar um Óscar, segundo Spike Lee  – com o Presidente Donald J. Trump, logo no seu primeiro mandato, Hollywood está mais unida e tolerante do que nunca, reconhecendo os méritos dos actores afro-americanos (e desta comunidade, em geral)!

15.Conclusão: Presidente Trump já mexe; já muda a América.

Já conseguiu unir a Academia de Hollywood, colocando a questão racial para trás. Como algo do passado recente, do último ano de exercício de funções do Presidente Obama. Neste sentido, a vitória de “Moonlight” e de Mahershala Ali é uma vitória de Donald Trump, contra o racismo e a intolerância racial.

16.Make Hollywood great again! Mais unida, mais focada no mérito, mais socialmente justa! Afinal, o Presidente Trump é um Presidente “underrated” pelas elites de Hollywood…Sad!

joaolemosesteves@gmail.com