Estudo. Liderança feminina em menos de 30% das empresas

Em cinco anos, a presença de mulheres nos conselhos de administração das empresas aumentou

Um estudo da Informa D&B de 2016 mostra o panorama das mulheres na liderança das empresas em Portugal entre 2011 e 2015. A ideia-chave é que 28,5% das empresas portuguesas são lideradas por mulheres.

De acordo com a avaliação, “a presença feminina no mundo corporativo tem vindo a aumentar reiteradamente desde 2011, sobretudo em funções de liderança”. O relatório revela que “os avanços são particularmente notórios no elenco da administração das sociedades cotadas. Em cinco anos, a presença feminina nos conselhos de administração das empresas da bolsa quase que duplicou, alcançando os 10,7%”.

No entanto, dos perto de 220 membros que compõem os conselhos de administração das empresas do PSI-20, só 32 são mulheres – menos de 15% do total.

Startups

O estudo revela também que “analisando a antiguidade das empresas, verifica-se que é nas startups (empresas com menos de um ano) que há maior preponderância de gestão e lideranças femininas (35,2% e 32,3%, respetivamente)”. A análise da Informa D&B mostra ainda que “é nas microempresas (volume de negócios inferior a 2 milhões de euros) que se encontram mais mulheres no topo: em 34,9% dos cargos de gestão e 29,2% das funções de liderança”.

Já nas grandes empresas, 45,4% dos trabalhadores são do sexo feminino, mas as mulheres só ocupam 12,4% das posições de gestão e 8% das de liderança.

Em fevereiro de 2013, algumas das maiores empresas do país, entre elas cotadas, públicas e multinacionais, assumiram o compromisso de promoção da igualdade do género nas suas estruturas e de não discriminação entre homens e mulheres no trabalho e no emprego.

Na altura, a presidente da Comissão para a Igualdade no Trabalho e no Emprego (CITE) considerou que a igualdade de género “marca uma aposta estratégica enquanto instrumento de competitividade empresarial”.

No entanto, sublinhou, esta é uma mudança que “não vai ser fácil nem rápida, e que só pode acontecer com o empenho de quem dirige estas empresas”. Sandra Ribeiro acrescenta que “as empresas podem ter muito a ganhar se reconhecerem que a igualdade de género é um bom negócio”.