Pela segunda vez na história da competição, os jovens encarnados estão presentes nas meias-finais, que se disputam em sistema de “final four”, desculpem lá o anglicismo. Irão, tal como aconteceu na época de 2013/14, defrontar o Real Madrid. Do outro lado, Barcelona e Red Bull Salzburgo.
Quando vemos, ano após ano, as equipas dos principais clubes portugueses – sobretudo os que se apresentam na Liga dos campeões com regularidade -, fragilizarem-se à conta da venda dos seus melhores jogadores, raramente substituídos por outros do mesmo calibre, percebe-se que sonhar sequer com uma presença nas meias-finais só pode descambar em pesadelo. Aliás, convenhamos, no Benfica, a venda de Gonçalo Guedes pode ter sido um óptimo negócio para uma sociedade necessitada de verba fresca mas foi mais uma machadada na sua capacidade competitiva. Ainda por cima porque Guedes – que foi uma das figuras do Benfica que atingiu a primeira final da Youth Champions League – tem um espírito combativo que, em muitos casos, fazia dele o primeiro dos defesas e o primeiro dos avançados, concomitantemente.
A forma como FC Porto e Benfica se dobraram perante o poder dos seus adversários europeus só pode estranhar a quem não está atento ao fenómeno. E, ao contrário do que sucedeu na última época, nem deu para maquilhar as abissais diferenças.
A Liga dos Campeões está condenada a, mais cedo ou mais tarde, transformar-se num campeonato para oito ou dez equipas do topo da Europa. Basta ter prestado atenção ao que aconteceu esta semana para compreender que este estado de coisas não deve continuar pois transforma-se num alegre degolar de inocentes num festim de hienas. Que se promovam pois os gigantes a um campeonato para gigantes e se permita aos restantes sobreviver noutra prova qualquer sem se verem constantemente envergonhados.
Entretanto, na Liga dos Campeões dos meninos, as coisas passam-se de forma mais alegre. Aproveite-se!
