Centeno pressiona Comissão Europeia

À medida que se aproxima o calendário para a avaliação da Comissão Europeia sobre a saída de Portugal do Procedimento por Défices Excessivos, cresce a importância de enviar sinais políticos a Bruxelas. Esta segunda-feira, isso acontece através de uma entrevista de Mário Centeno ao Financial Times.

Mário Centeno acha que Portugal “não está a ser tratado com justiça” pela Comissão Europeia e pelas agências de rating, tendo em conta todo o esforço que tem feito e os resultados que está a alcançar.

“Julgo que não estamos a ser tratados com justiça. [Portugal] gasta mais do seu orçamento anual em pagamentos de juros de dívida do que qualquer outro país da União Europeia”, afirma o ministro das Finanças em entrevista ao Financial Times.

Para Centeno, é incompreensível que não se tenham em conta os dados económicos que mostram o caminho feito por Portugal. 

Mário Centeno recorda que o défice caiu para “muito perto de 2%” do produto interno bruto, no ano passado, o que é o valor mais baixo da democracia portuguesa” e que a economia “está a crescer há 13 trimestres consecutivos”.

 “Se isto não chega para um país sair do Procedimento por Défice Excessivo, temos de questionar-nos sobre o que mais é que será necessário”, pergunta Mário Centeno, que quer também que as agências de rating comecem a olhar com outros olhos para o que se está a passar no país.

“Portugal de hoje não é o Portugal de 2012. A redução sustentada da dívida das famílias e das empresas tem sido impressionante”, frisa o ministro das Finanças de António Costa, que acha que estes argumentos devem convencer as agências de rating a retirar Portugal da notação de lixo.

Mário Centeno defende que o Governo tem estado “ a introduzir políticas que promovem o crescimento, a consolidação orçamental e a coesão social” e acredita que isso dará frutos do ponto de vista económico, mas a pressão feita nesta entrevista ao Financial Times é importante para que as agências de rating melhorem a notação dada a Portugal e, com isso, haja menos pressão nas taxas de juro que o país se financia nos mercados, numa altura em que os juros estão pelos 4%.