José Sócrates, arguido na Operação Marquês, já está no DCIAP para prestar declarações.
À entrada, o antigo primeiro-ministro voltou a criticar a forma como o processo tem decorrido, dizendo que os responsáveis pelo inquérito gostam de transformar “qualquer diligência num espetáculo (…) só utiliza estes métodos quem está inseguro. Quem está confiante, ou acusa, ou cala-se”.
Hoje, Sócrates deverá ser confrontado com os últimos dados da investigação relacionados com os negócios da PT e com a transferência de vários milhões do Grupo Espírito Santo para Carlos Santos Silva. Sócrates considera que se trata de uma “campanha recente de insinuações e de suspeitas” e que a única intervenção do seu Governo na PT teve como objetivo “impedir a venda da VIVO para que fossem distribuídos dividendos aos seus acionistas (…) Foi uma intervenção contra os interesses de Ricardo Salgado e do BES”.
“Nunca recebi dinheiro de ninguém”, afirmou o antigo primeiro-ministro, concluindo a sua intervenção à porta do DCIAP dizendo que irá responder a todas as perguntas, mas que “quem tem de dar explicações sobre esta campanha maldosa e difamatória é o Ministério Público”.
Recorde-se que a procuradora geral da República tinha dado até ao dia 17 de março, sexta-feira, para que a acusação estivesse feita.
