Dia internacional das maiores

Esta semana celebrou-se mais um Dia Internacional da Mulher. 

Um dia de homenagem, celebração e luta que deixa muita gente nervosa, desde os apoiantes fervorosos aos que desprezam a existência desta data. Uma coisa é certa: o poder das mulheres veio para ficar, é inegável e ainda que injustamente desigual promete revolucionar o mundo. 

E se pensarmos no papel da mulher na publicidade e na comunicação a evolução é evidente. 

Desde os escritórios cheios de fumo de Mad Men até um número crescente de mulheres em todas as agências, percebemos que de secretárias passámos a gestoras, desde simples acessórios em campanhas (impossível esquecer as ‘boazonas’ em cima de carros nas feiras automóveis) para protagonistas de pleno direito, as mulheres são hoje líderes de opinião e decisoras que valem muito para às marcas. 

E na verdade este poder crescente tem muito a ver com a capacidade multitasking das mulheres. Da mesma maneira que levamos a água ao nosso moinho com os filhos, também ‘dominamos’ clientes como ninguém, da mesma maneira que tratamos do jantar e ainda fazemos uma máscara para o cabelo também gerimos uma equipa enquanto preparamos a próxima reunião, Da mesma maneira que enquanto dormimos estamos sempre atentas ao sono dos miúdos, conseguimos numa reunião ouvir o que estão a dizer e ainda captar a conversa em surdina dos que se sentam ao nosso lado.

Qualidades que os nossos queridos homens não têm e que conferem uma sensibilidade própria à nossa maneira de fazer as coisas.

Já diz a Queen Beyoncé ‘Who run the world? Girls!’ E provavelmente não haverá line mais inspirada para concretizar a importância das mulheres no mundo em todas as suas vertentes, da mais profissional à mais materna. 

Podemos claramente dizer que quando as mulheres fazem as coisas de forma diferente e principalmente quando colocadas em áreas tradicionalmente masculinas conseguem trazer frescura, inovação e até soluções jamais pensadas. É assim na publicidade, na comunicação e em todos os outros sectores onde as mulheres cada vez mais marcam presença. 

Não é assim em todo o mundo, infelizmente. Segundo o índice da OCDE o Iemen é o país onde as mulheres são mais discriminadas e ao qual se juntam Sudão, Gâmbia e Mali, realidades bem distintas e que confirmam a importância, relevância e poder de celebrarmos este dia.

E esta onda feminista é enaltecida não só por mulheres, mas também por homens. Por isso, não é por acaso que as mais recentes semanas da moda sejam invadidas por t-shirts com a citação da escritora Chimamanda Ngozi Adichie, ‘”We Should All Be Feminists” – Dior – ou pela não menos forte citação nas t shirts Marc Jacobs ‘ Women’s rights are Human Rights’. 

Frases que ecoam nas redes sociais e que traduzem um sentimento generalizado de igualdade, de mudança, de renovação, de cidadania e de futuro. 

Num tom mais leve, fecho com a não menos polémica campanha que o Stand virtual lançou a propósito deste dia em que, grosso modo, dizia que as mulheres não sabem estacionar e que, como tal, têm vários carros com sensores para as ajudar nessa tarefa. Há quem se tenha sentido ofendido, há quem tenha achado piada, há quem tenha considerado a campanha sexista mas certo é que a campanha não passou despercebida e pegou num gancho pertinente nesta ‘luta’ entre sexos. 

Independentemente da reacção de cada um, mulheres e homens devem ser iguais em direitos, mas felizmente diferentes em feitio e assim enriquecem o nosso mundo e a nossa abordagem ao que nos rodeia.

Já sabemos que ‘Girls, we run this motha f***’’ mas, eu mulher independente e do século XXI me confesso, não nos tirem os sensores do carro que eles dão muito jeito.  #girlpower #thebestpower.

*Diretora Criativa Havas Sports& Entertainment